Ação contra Chevron em Campos pode mudar para o Rio de Janeiro

Joshua Schneyer e Jeb Blount

No Rio de Janeiro

O juiz Tiago Pereira Macaciel, da 2ª Vara Federal, em Campos (RJ), uma das principais regiões de petróleo do Brasil, determinou que a ação civil de R$ 20 bilhões contra o vazamento de petróleo da Chevron deverá ser transferida para um tribunal na cidade do Rio de Janeiro, uma decisão que pode distanciar o procurador que iniciou o caso.

O procurador federal Eduardo Santos de Oliveira, baseado em Campos, e que entrou com a ação civil no Tribunal Regional Federal da cidade após o vazamento de aproximadamente 2.400 barris de petróleo da Chevron em novembro, disse à Reuters na quarta-feira que ele planeja apelar da decisão tomada em 9 de janeiro.

Oliveira quer manter o processo em Campos, a 232 km ao norte da capital do Estado Rio de Janeiro, que tem servido como a jurisdição para alguns litígios sobre vazamento de óleo.

O juiz que decidiu que o caso deve mudar para Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro e que poderá entregar o caso para uma equipe separada dos procuradores federais da região.

Um porta-voz de San Ramon, na Califórnia, base da Chevron,  confirmou que uma recente decisão poderia mover a ação para o Rio de Janeiro. A Chevron não quis comentar além disso.

Campos não é o local apropriado para a ação porque supostos danos causados por um vazamento de petróleo no campo de Frade em novembro são "regionais" e não locais,  segundo a determinação do juiz.

A decisão do juiz não abordou o mérito do processo, que deverá prosseguir. O recurso de Oliveira pode demorar 10 dias, informou seu gabinete. O promotor também tentou proibir a Chevron e a Transocean de operarem no Brasil.

Em 14 de dezembro, Oliveira entrou com a ação civil federal contra a Chevron e a Transocean, responsável pela sonda de perfuração em Frade, em busca de bilhões de dólares para reparar danos por conta do vazamento de novembro, onde a Chevron assumiu a responsabilidade.

Alguns juristas e legisladores brasileiros disseram que não são razoáveis as acusações da ação civil de danos maciços causados pelo vazamento.

O vazamento em Frade ocorreu a 230 milhas marítimas, durante a perfuração, e nunca alcançou a costa brasileira. O volume escoado, que Oliveira diz ser em 3 mil barris e a Chevron estima em 2,4 mil barris, é apenas uma pequena fração dos estimados 4,9 milhões de barris que saíram do campo de Macondo, da BP, no Golfo do México em 2010.

A produção de petróleo no campo de Frade, de 79 mil barris por dia, tem continuado desde o vazamento. No entanto, a agência reguladora do petróleo no Brasil determinou que a Chevron feche um poço em Frade e proibiu a empresa de perfurar novos poços.

A Chevron opera o campo de Frade. Seus parceiros no projeto de petróleo, a estatal Petrobras e a Inpex Corp, do Japão, não estão sujeitos à ação judicial.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

UOL Cursos Online

Todos os cursos