Polícia inicia remoção de protesto "Ocupe Washington"

Ian Simpson

Em Washington (EUA)

Com base na lei que proíbe acampamento em praça pública, a polícia removeu no sábado a maioria das barracas do local de protesto do "Ocupe Washington" a poucos quarteirões da Casa Branca, que tem abrigado manifestantes durante meses.

Dezenas de policiais isolaram a McPherson Square e entraram no local antes do amanhecer para fazer cumprir o regulamento de não acampar. Os manifestantes estão na praça desde outubro, em protesto contra a desigualdade social, a ganância corporativa e que eles veem como uma estrutura tributária injusta que favorece os norte-americanos mais ricos.

Até o meio-dia, a polícia disse ter prendido seis pessoas, com pouco ou nenhum confronto. O National Park Service havia advertido repetidamente os manifestantes de que começaria fazer valer a proibição contra acampamento na McPherson Square e no Freedom Plaza, ambos a poucos quarteirões da Casa Branca.

"Esta não é uma expulsão", disse o sargento da polícia David Schlosser. Ele disse que a polícia estava "se concentrando nas restrições a acampamento".

A polícia inicialmente removeu uma lona decorada com estrelas e luas que recobria a estátua do Major General da Guerra Civil James McPherson. Os manifestantes se reuniam sob a lona durante a noite. Policiais e profissionais da vigilância sanitária removeram barracas, camas e lixo de perto da estátua. Depois eles se voltaram para outras áreas da praça, fazendo pilhas enormes com detritos acumulados nos últimos quatro meses.

Protestos similiares contra a desigualdade social e econômica em outras cidades norte-americanas foram fechados pela polícia.

A imprensa local em Austin, no Texas, informou que a polícia tinha removido um acampamento do movimento "Ocupe", com sete prisões.

Manifestações na capital dos EUA têm sobrevivido a um inverno excepcionalmente ameno e uma abordagem permissiva por parte das autoridades federais relutantes em provocar o confronto.

Mas os locais tem sido alvo crescente de queixas de membros do Congresso e funcionários públicos por causa da sujeira e dos ratos. O local do protesto também vem atraindo pessoas desabrigadas.

Apesar da ação da polícia, o manifestante David Blaskette, 19, de Portland, Maine, prometeu manter os protestos enquanto montava uma barraca na praça. Ele disse ter ficado 48 horas sem dormir como protesto.

"Há uma grande quantidade de pessoas que estão em greve de sono só para mostrar que vamos ficar aqui e lutar por aquilo em que acreditamos e nada vai impedir o nosso caminho", disse Blaskette.

(Com reportagem de Will Dunham)

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