Reino Unido se diz pronto para vetar fusão da EADS com BAE
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Toby Melville / Reuters
BIRMINGHAM, Inglaterra, 7 Out (Reuters) - O Reino Unido vai vetar a proposta da fusão de 45 bilhões de dólares entre EADS e BAE Systems se as companhias não atenderem às exigências básicas, declarou neste domingo o ministro da Defesa, Philip Hammond, três dias antes do prazo final para os detalhes do acordo virem a público.
Divergências quanto à superfusão ficaram visíveis nos últimos dias, tendo em visa que França, Reino Unido e Alemanha discutem o papel de cada país no que seria o maior grupo aeroespacial e armamentista do mundo.
"Queremos ver esta companhia (...) prosperando como um negócio comercial, fazendo as coisas certas, e não subjulgada ou controlada por qualquer que seja o governo", disse Hammond à rádio BBC.
"Não é necessário não ter interesses dos governos francês e alemão na companhia. É necessário reduzir essas participações para um nível abaixo do que permite controlar ou escolher a maneira como opera", afirmou.
EADS e BAE anunciaram no mês passado planos de fazer uma fusão, mas os esforços das companhias se viram prejudicados pelas divergências entre França e Alemanha sobre o controle dela. Na Alemanha, além disso, existe a preocupação de cortes de emprego.
"Deixamos muito claro que temos ressalvas quanto à fusão e que, se EADS e BASE não acabarem com elas, vamos usar nossa participação especial para vetar o negócio", disse o ministro em referência à "golden share" na BAE, que dá o direito de bloquear uma transação.
O Reino Unido levará em conta, na hora de julgar o acordo, se ele considera a segurança do país e os empregos, acrescentou o político.
A EADS é controlada por uma aliança entre o Estado francês e a francesa Lagardère e a alemã Daimler. Os três têm juntos 45 por cento.
A França quer manter a participação, mas não exigirá uma maior, enquanto a Alemanha quer ter o mesmo poder que os franceses na companhia.
Autoridades regulatórias deram quarta-feira como prazo para detalhamento da fusão, que mexe com interesses em segurança nos dois lados do Atlântico.
(Por Guy Faulconbridge)