Audiência indica culpa de capitão no naufrágio do Concordia
-
Alberto Pizzoli/AFP
Ex-capitão do navio Costa Concordia Francesco Schettino (à direita) chega ao tribunal para segundo dia de audiência em Grosseto, na Itália
- Sonar do Concordia estava desligado no acidente, dizem testemunhas
- "Mão de Deus" aproximou o Costa Concordia da terra, diz procurador
- Capitão do Costa Concordia vai a julgamento a partir de hoje por naufrágio
- Francesco vai à Justiça contra sua demissão na Itália
- Empresa investe 300 milhões de euros em resgate do navio Costa Concordia, na Itália
- Comandante do Costa Concordia telefona para irmão de vítima
Uma audiência preliminar sobre o naufrágio do navio Costa Concordia, ocorrida nesta semana na Itália, imputou totalmente a responsabilidade do acidente sobre os ombros do capitão Francesco Schettino, disseram promotores na sexta-feira.
Schettino é acusado de homicídio culposo, por ter agido com negligência na condução do navio, e de ter abandonado a embarcação antes de concluído o trabalho de resgate dos seus mais de 4.000 passageiros e tripulantes. O comandante admitiu ter cometido erros, mas diz que não foi o único culpado.
"A audiência de instrução confirmou a responsabilidade que identificamos, acima de tudo com respeito a Schettino", disse o promotor Francesco Verusio no último dia da audiência judicial a portas fechadas, na localidade de Grosseto.
Os promotores dizem que Schettino causou o naufrágio, em 13 de janeiro, por ter aproximado demais o navio das rochas que cercam a ilha toscana de Giglio, para fazer uma saudação a autoridades e moradores locais.
Mas Schettino diz que evitou uma tragédia maior ao levar o navio para águas mais rasas, e que a empresa Costa Cruzeiros, proprietária da embarcação, sabia da prática de chegar perto da ilha para fazer a saudação.
A empresa nega essa acusação, e também se eximiu de insinuações feitas durante a audiência a respeito de um gerador defeituoso, ou de que teria demorado para avisar autoridades em terra sobre o acidente.