"Nossa relação se mantém a mesma", diz Dilma sobre Eduardo Campos

BRASÍLIA, 8 Nov (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira não haver mudanças na sua relação com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), fortalecido após as eleições municipais e visto como possível presidenciável em 2014.

O PT, partido da presidente, e o PSB rivalizaram em importantes cidades do país. O fortalecimento dos socialistas no pleito municipal alimentou as especulações sobre uma possível candidatura do governador à Presidência na próxima eleição, o que dividiria a base aliada de Dilma.

A presidente recebeu Campos em um jantar no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente, na quarta-feira, um dia após ter se reunido com lideranças do PMDB, do vice-presidente Michel Temer. O encontro de ambos não constou da agenda oficial da presidente.

"Nós não temos diferenças. Acho que a nossa relação sempre se manteve a mesma", disse Dilma a jornalistas após evento no Palácio do Planalto, sobre a relação com Campos.

Perguntada se o PSB precisava de um afago, Dilma respondeu: "Todos precisam de afago. Quem não precisa de afagos?"

PT e PSB se enfrentaram em cidades importantes, como Belo Horizonte, Recife e Fortaleza, cidades onde ambos partidos romperam alianças locais, se enfrentaram nas urnas e os socialistas saíram vitoriosos.

CAMPOS NA VICE?

Depois do evento desta quinta, Dilma recebeu o governador do Ceará, Cid Gomes, também do PSB, em almoço no Alvorada. O socialista tentou desfazer possíveis rusgas com a presidente, e disse defender apoio à reeleição dela em 2014.

Acrescentou, no entanto, que o partido tem interesse em ter o candidato a vice na chapa de Dilma em 2014, com Eduardo Campos, que também é o presidente nacional da legenda

"Ratifiquei que o nosso projeto é um projeto de poder, mas que penso que isso pode ser esperado, aguardado, para 2018", disse Cid a jornalistas após o encontro. "É natural, ela compreende que todo partido político tenha projetos nacionais e pronto."

No encontro, Dilma teria defendido o fim de "qualquer ruído entre a relação do PT e do PSB", disse Cid. "Nós somos parceiros, aliados, é importante que os dois partidos estejam juntos."

Cid disse que aconselhou Dilma a ter Eduardo Campos "sempre por perto, porque ele é um bom quadro, um bom administrador", e defendeu o governador pernambucano na vice de Dilma daqui a dois anos.

"Nós temos projetos que muitas vezes são antagônicos a aliados seus. O PMDB, por exemplo, com a presidência do Senado e da Câmara fica muito bem contemplado. Eu defendo que a vice-presidência de 2014, defendemos que seja do PSB, que seja nosso presidente", disse Cid, citando acordo entre PT e PMDB no comando das duas Casas do Congresso.

A presidente deverá reunir-se com lideranças do PSB em data ainda não definida, a exemplo do que fez com peemedebistas nesta semana. Dilma deverá, também, ter um novo encontro com Campos e Cid durante reunião com governadores da região Nordeste, na sexta-feira, em Salvador.

(Reportagem de Hugo Bachega)

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