Investigação sugere que irmãos Tsarnaev fizeram bombas em casa

BOSTON/WASHINGTON, 3 Mai (Reuters) - Investigadores acreditam que Tamerlan Tsarnaev e seu irmão mais novo, Dzhokhar, provavelmente produziram as bombas usadas no atentado de 15 de abril em Boston na casa de Tamerlan, na vizinha localidade de Cambridge, disseram autoridades nesta sexta-feira.

Agentes da polícia federal norte-americana (FBI) há dias interrogam a viúva de Tamerlan, Katherine Russell, e outras testemunhas na esperança de entender as crenças e planos dos dois irmãos de origem chechena.

Os investigadores dizem estar cada vez mais convencidos de que os suspeitos aprenderam a fazer as bombas em postagens de militantes islâmicos na Internet, embora tenham substituído alguns componentes.

Pelo o que eles apuraram, Tamerlan, de 26 anos, passava muito tempo sozinho em casa, cuidando do filho pequeno, enquanto sua mulher, de 24 anos, trabalhava até 80 horas semanais como auxiliar de enfermagem, segundo Amato DeLuca, advogado dela.

O casal vivia a menos de oito quilômetros do local onde as bombas foram detonadas, junto à linha de chegada da Maratona de Boston, matando 3 pessoas e ferindo outras 264.

O outro suspeito, Dzhokhar, de 19 anos, estava matriculado na Universidade de Massachusetts e morava em um alojamento no campus de Dartmouth, a cerca de uma hora de carro de Boston.

Os investigadores acham que Tamerlan, que gostava de carros e roupas de grife, e eventualmente trabalhava como mecânico, aproveitava a tranquilidade doméstica para aprender a fazer bombas com materiais encontrados na própria casa.

A polícia diz que as bombas usadas em Boston foram feitas com panelas de pressão recheadas de pregos e esferas metálicas, além de pólvora.

Tamerlan acabou sendo morto em confronto com a polícia, na mesma semana do atentado. Dzhokhar ficou ferido e está internado sob custódia em um hospital prisional, onde já foi indiciado por crimes que podem acarretar a pena de morte.

Quando eles ainda estavam foragidos, e depois de serem identificados como suspeitos e terem suas fotos divulgadas pelas autoridades, Tamerlan entrou em contato com a esposa, segundo fontes familiarizadas com a investigação, que pediram anonimato.

O advogado de Katherine Russell não comentou essa hipótese, mas havia dito nesta semana que ela estava disposta a colaborar com a investigação.

Desde a morte de Tamerlan, Russell, ainda vestindo trajes islâmicos, tenta se manter reclusa na casa dos pais, em Rhode Island, distanciando-se do homem com quem se casou em 2010 numa mesquita de Boston.

Ela se recusou a retirar o corpo do marido do necrotério, deixando que seus parentes do Cáucaso o fizessem.

(Reportagem de Svea Herbst-Bayliss e Mark Hosenball, em Washington; e de Jim Finkle, Aaron Pressman, Tim McLaughlin e Ross Kerber, em Boston)

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