Testes franceses mostram que Arafat não morreu envenenado, diz fonte
Testes forenses franceses concluíram que o ex-líder palestino Yasser Arafat não morreu de envenenamento, como havia sido sugerido por um relatório anterior, disse nesta terça-feira (3) uma fonte que viu as conclusões do novo relatório.
"Os resultados das análises nos permitem concluir que a morte não foi resultado de envenenamento", afirmou a fonte à Reuters, citando conclusões de um relatório realizado por peritos forenses franceses entregue à viúva Suha Arafat.
Especialistas forenses suíços disseram no mês passado que os resultados de seus testes de amostras colhidas do corpo de Arafat foram consistentes com envenenamento por polônio, mas não eram a prova absoluta da causa da morte.
Arafat morreu em um hospital francês em novembro de 2004, quatro semanas após adoecer por causa de uma refeição, sofrendo com vômitos e dores de estômago. A causa oficial da morte foi derrame, mas médicos franceses disseram na época que eles não tinham sido capazes de determinar a origem da doença. Não foi realizada necrópsia.
Um advogado de Suha Arafat afirmou que a equipe jurídica dela fará uma contra-perícia e que estava confiante de que isso mostrará que os resultados franceses irão, de fato, sustentar as conclusões suíças.
"Nós não temos nenhuma dúvida de que o relatório mais abrangente e completo que analisou todos os aspectos deste caso permanece sendo o relatório suíço", disse Saad Djebbar à Reuters. O relatório francês não deve ser publicado.
Um cientista especializado em radiação que examinou os relatórios suíço e francês para Suha Arafat disse que ambos os estudos tinham encontrado níveis semelhantes de polônio 210 no corpo de Arafat, mas diferem em suas explicações de como ele chegou lá.
O cientista, que não quis ser identificado, disse que o relatório francês concluiu que parte da radioatividade poderia ser explicada pela presença de gás radônio no túmulo onde Arafat foi sepultado.