Líder ucraniano busca dinheiro no Kremlin; manifestantes se preparam em Kiev
Por Timothy Heritage e Katya Golubkova
MOSCOU, 17 Dez (Reuters) - O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, poderá receber um empréstimo da Rússia nesta terça-feira durante reunião com Vladimir Putin no Kremlin -- um dinheiro que ajudaria a afastar uma crise econômica que contribui para alimentar protestos em Kiev.
Manifestantes vêm exigindo a demissão de Yanukovich desde que ele rejeitou, em novembro, um acordo de associação comercial e de investimentos com a União Europeia. Eles planejam uma nova demonstração de força na terça-feira na capital da Ucrânia, enquanto o presidente estiver reunido em Moscou com seu homólogo russo.
"Yanukovich não tem nada para fazer em Moscou. Não pedimos que ele fosse lá vender a Ucrânia", disse a dona de casa Maria Sirenko, de 40 anos, que participava da multidão de cerca de 2.000 pessoas que já começava a se aglomerar no centro de Kiev.
Centenas de manifestantes também ocuparam a principal via de acesso ao aeroporto. "Yanukovich, dê meia volta no avião para a Europa", dizia um cartaz.
Putin parece estar de acordo com o empréstimo, e possivelmente oferecerá também um desconto sobre o gás natural russo, do qual os ucranianos dependem.
"A situação na Ucrânia atualmente é tal que, sem os empréstimos de um lado ou de outro, eles simplesmente não conseguirão manter a estabilidade econômica", disse Andrei Belousov, assessor econômico do Kremlin, à agência de notícias Interfax. "Não descarto que, se houver uma solicitação, um crédito possa ser fornecido."
O ministério russo das Finanças confirmou que há um empréstimo em discussão. Os títulos da dívida ucraniana expressos em dólar e o custo do seguro dos papéis contra uma moratória caíram, refletindo uma menor preocupação com um calote.
O ministro ucraniano da Energia disse que também é provável um acordo para reduzir o preço do gás importado da Rússia.
No domingo, apesar da neve e da temperatura abaixo de zero, os adversários de Yanukovich já reuniram 200 mil pessoas para pedir a renúncia do presidente e a adesão ao acordo com a UE.
(Reportagem de Pavel Polityuk e Natalia Zinets, em Kiev)
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