Dilma nega ter usado discurso na ONU para fazer campanha eleitoral
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MIKE SEGAR
(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, negou nesta quarta-feira que tenha usado o discurso de abertura na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) como evento de campanha eleitoral.
Dilma usou o discurso, feito a menos de duas semanas para o primeiro turno da eleição, para listar realizações dos 12 anos de PT à frente da Presidência, como por exemplo a redução da desigualdade.
"Eu sugiro que vocês olhem os meus quatro discursos aqui", disse a presidente a jornalistas quando questionado se havia atuado também como candidata à reeleição.
"Os meus quatro discursos são muito parecidos no que se refere a eu falar sobre uma questão fundamental. Eu falar que o Brasil reduziu a desigualdade, aumentou a renda, ampliou o emprego. Em todos os discursos, em todos eles", disse.
A presidente avaliou que essas conquistas são um "orgulho" para o país e fazem com que o Brasil seja respeitado no exterior.
"Eu, como chefe de governo, tenho um imenso orgulho e acho que uma parte do respeito que o Brasil tem no plano internacional decorre do fato de a gente ter feito isso. Nenhum país, como nenhuma família, respeita aqueles que chefiam o país e a família e não melhoram a vida dos seus."
Dilma também disse que o Brasil se recusou a assinar um acordo que prevê o fim do desmatamento das florestas até 2030 porque o país não foi consultado sobre os termos do acordo que, segundo ela, fere a legislação brasileira.
O assunto virou tema da campanha eleitoral depois que a candidata do PSB, Marina Silva, criticou a decisão do governo brasileiro de não aderir ao acordo.
Dilma afirmou que o acordo foi apresentado por Alemanha, Reino Unido e Noruega com o apoio de organizações não-governamentais e empresas privadas. Ela disse ainda que os patrocinadores do texto disseram não terem encontrado autoridades brasileiras para consultá-las sobre os termos, o que a presidente afirmou considerar "difícil".
"Nunca nos consultaram... Além de não terem nos consultado, tem uma segunda questão. Eles propõem algo que é contra a legislação brasileira. A lei brasileira permite que nós façamos o manejo florestal. Muitas pessoas vivem do manejo florestal, que é o desmatamento legal sem prejuízo ao meio ambiente", disse.
Marina classificou a decisão do governo como "lamentável" e disse que ela representa uma "sinalização trocada" que pode prejudicar a agricultura brasileira.
(Por Eduardo Simões)
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