Déficit brasileiro em transações correntes fecha 2015 em US$58,9 bi, o menor desde 2010
Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O déficit em transações correntes do Brasil caiu 43,4 por cento em 2015 sobre o ano anterior, a 58,942 bilhões de dólares, em um dos únicos dados positivos da economia, mas que foi diretamente beneficiado pela forte recessão que fez o país registrar melhora na balança comercial.
O rombo, o menor desde o início da série histórica em 2010, foi inteiramente coberto pelos Investimentos Diretos no País (IDP), que somaram 75,075 bilhões de dólares no ano, conforme números divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira.
Com o dólar mais forte frente ao real e em meio à combalida atividade, as importações sofreram um recuo mais forte que as exportações, resultando num saldo positivo de 17,670 bilhões de dólares nas trocas comerciais do país, contra déficit de 6,629 bilhões de dólares em 2014.
A conjuntura cambial e a crise econômica também contribuíram para que as despesas líquidas em viagens internacionais caíssem 38,5 por cento no ano passado, a 11,513 bilhões de dólares.
Em outra frente de ajuda, as remessas de lucros e dividendos sofreram queda de 33,3 por cento sobre um ano antes, a 20,793 bilhões de dólares.
Em dezembro somente, o déficit em conta corrente foi de 2,46 bilhões de dólares, em linha com os 2,5 bilhões de dólares estimados por analistas em pesquisa da Reuters.
O desempenho foi também inteiramente coberto pelo IDP de 15,211 bilhões de dólares no mês, bem acima da projeção de 6,5 bilhões de dólares em pesquisa.
Nos 12 meses encerrados em dezembro, o déficit em conta corrente foi a 3,32 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), melhorando sensivelmente ante o percentual de 4,31 por cento em dezembro de 2014.
Para 2016, o BC estima nova redução nesse rombo em transações correntes, a 41 bilhões de dólares, com um IDP de 60 bilhões de dólares, conforme estimativa divulgada em dezembro.