Dólar reduz alta frente ao real com recuperação do petróleo, apesar de Moody's

Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar reduziu fortemente a alta frente ao real nesta quarta-feira, após subir mais de 1 por cento depois de a Moody's tirar o selo de bom pagador do Brasil mais cedo, refletindo a recuperação do apetite por risco nos mercados globais com a alta nos preços do petróleo.

Às 15:44, o dólar avançava 0,15 por cento, a 3,9687 reais na venda. A moeda norte-americana atingiu 4,0090 reais na máxima da sessão, pressionada pelo rebaixamento de dois degraus do Brasil pela Moody's.

"A alta do petróleo acabou se sobrepondo ao pessimismo com a Moody's", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Após recuar pela manhã, os preços do petróleo voltaram a subir à tarde após a divulgação de que os estoques da commodity nos Estados Unidos recuarem mais que o esperado. A volatilidade nos preços do petróleo tem sido um dos principais fatores que tem pressionado o humor global neste início de ano, deprimindo a demanda por ativos de maior risco, como o real.

Mais cedo, o dólar chegou a subir com força, após a Moody's rebaixar a nota do Brasil para "Ba2", ante "Baa3", citando o ambiente econômico e político desfavorável do país. A agência também atribuiu perspectiva negativa à nota.

A Moody's era a única das três principais agências de risco que ainda classificava o Brasil como grau de investimento.

"O mercado esperava um corte (no rating), era questão de tempo", disse o operador da corretora Renascença Thiago Castellan Castro, ressaltando ter se surpreendido com o rebaixamento de dois degraus. "Vai demorar para recuperarmos o grau de investimento."

Na semana passada, a S&P rebaixou o Brasil pela segunda vez em menos de seis meses, para o segundo degrau abaixo do grau de investimento, com perspectiva negativa. A Fitch classifica o país apenas um degrau abaixo do grau de investimento, também com perspectiva negativa.

Nesta manhã, o BC promoveu mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em março, vendendo a oferta total de 11,9 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou 8,705 bilhões de dólares, ou cerca de 86 por cento do lote total, que equivale a 10,118 bilhões de dólares.

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