Morales reconhece derrota em referendo sobre quarto mandato presidencial na Bolívia

Por Daniel Ramos e Monica Machicao

LA PAZ (Reuters) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, reconheceu a derrota em um referendo que perguntava se a Constituição poderia ser modificada para autorizá-lo a concorrer a um quarto mandato em 2019, afirmando em um discurso, nesta quarta-feira, que vai respeitar a decisão da população.

Morales, que se tornou o primeiro presidente indígena da Bolívia em 2006 e cumpre seu terceiro mandato, tentava convencer os bolivianos de que deveria ter o direito de se candidatar novamente à Presidência.

A maioria das pesquisas antes do referendo apontava uma provável vitória apertada do presidente devido ao sólido apoio a Morales entre aqueles que dão crédito a ele por reduzir drasticamente a pobreza na Bolívia.

Entretanto, com mais de 99 por cento dos votos apurados, o "não" recebeu 51,3 por cento dos votos, ante 48,7 por cento do "sim", de acordo com a comissão eleitoral boliviana.

"Nós respeitamos os resultados... perdemos uma batalha, mas não seremos derrotados", disse Morales em discurso transmitido pela televisão realizado no palácio presidencial.

A derrota no referendo boliviano representa mais um golpe para o outrora dominante bloco de esquerda da América do Sul, que perdeu força à medida que eleitores se cansaram de políticas populistas e diante de uma queda nos preços das commodities que diminuiu os recursos disponíveis para alimentar os gastos sociais dos governos.

Morales disse que a derrota no referendo se deu devido à discriminação e a uma campanha de difamação, ou "guerra suja", pela oposição de direita.

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