Demissões aumentam e desemprego no Brasil salta a 7,6% em janeiro, mostra IBGE

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil iniciou 2016 com mais demissões e a maior taxa de desemprego para janeiro em sete anos nas seis principais regiões metropolitanas, além de recuo na renda média do trabalhador, destacando os reflexos da forte recessão econômica que atinge o país.

A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quinta-feira mostrou que a taxa de desemprego atingiu 7,6 por cento em janeiro, após registrar 6,9 por cento em dezembro em Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

Passado o efeito favorável da sazonalidade de fim de ano, a taxa foi a mais alta para janeiro desde 2009, quando foi de 8,2 por cento. Expectativa em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 7,95 por cento por cento no mês na mediana das previsões.

O IBGE informou ainda que a renda caiu 1,3 por cento em janeiro na comparação com dezembro, chegando a 2.242,90 reais. Sobre o mesmo mês de 2015, despencou 7,4 por cento, em meio ao cenário de inflação e juros elevados.

No mês passado, a população ocupada recuou 1,0 por cento na comparação mensal, e sobre janeiro de 2015 teve recuo 2,7 por cento, o que reflete as dispensas de trabalhadores no início do ano.

A população desocupada, que são as pessoas à procura de uma posição, avançou 8,4 por cento em janeiro contra o mês anterior e teve forte alta de 42,7 por cento sobre um ano antes, chegando 1,879 milhão de pessoas.

"O desemprego cresce em razão da população ocupada menor e mais pessoas foram procurar trabalho. As demissões não parecem ser um fenômeno temporário", disse a técnica da pesquisa no IBGE, Adriana Beringuy.

A fraqueza do mercado de trabalho também fica clara nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, cuja taxa de desemprego permaneceu em 9 por cento no trimestre encerrado em novembro, maior patamar da série iniciada em 2012.

Analistas não veem melhora do mercado de trabalho deste ano, diante do quadro de recessão prolongada. A expectativa na pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente uma centena de economistas, é de contração econômica de 3,40 por cento em 2016, com inflação de 7,62 por cento, acima do teto da meta do governo.

(Por Camila Moreira em São Paulo e Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro)

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