BHP diz que negociação com governo sobre Samarco progrediu "significantemente"

RIO DE JANEIRO (Reuters) - As negociações entre o governo e as mineradoras Vale, BHP Billiton e Samarco sobre valores e ações que deverão ser empenhados para minimizar os efeitos do rompimento de uma barragem em Mariana (MG) "progrediram significantemente", afirmou a BHP em nota nesta sexta-feira.

O comunicado foi publicado após informações na mídia de que um acordo já havia sido fechado.

"Estamos otimistas que um acordo será fechado. Caso e quando isso ocorra, um comunicado será feito na ocasião", esclareceu a mineradora anglo-australiana, sem entrar em detalhes ou fazer previsões.

A barragem de rejeitos que pertencia à Samarco, joint venture da Vale com a BHP, rompeu-se em 5 de novembro do ano passado, despejando uma onda de lama que deixou pelo menos 17 mortos, centenas de desabrigados e poluiu o Rio Doce, atingindo diversas cidades até chegar ao mar do Espírito Santo.

A negociação do acordo começou após as mineradoras terem sido citadas em ação civil pública que pede reparações de cerca de 20 bilhões de reais, ajuizada na 12ª Vara Federal de Belo Horizonte pela União, pelos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e outras autoridades públicas.

Na quinta-feira, presidente da Vale, Murilo Ferreira, explicou que o balanço financeiro da companhia não incluiu provisões para uma eventual necessidade de aportar recursos na Samarco porque os cálculos sobre valores que deverão ser empenhados ainda são muito preliminares.

Procurada, a assessoria de imprensa da Advocacia-Geral da União confirmou que as negociações estão bem avançadas, estimando que 95 por cento do acordo está concluído. Uma nova rodada de reuniões está prevista para esta sexta-feira.

Se houver entendimento, o acordo poderia ser assinado na segunda-feira, acrescentou a assessoria, que não deu mais detalhes imediatamente.

A Vale disse que não tinha comentários a fazer sobre o assunto, assim como a Samarco.

(Por Marta Nogueira, com reportagem adicional de Anthony Boadle, em Brasília)

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