Bovespa sobe 2,89% e fecha fevereiro com maior ganho mensal desde abril de 2015

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista subiu quase 3 por cento nesta segunda-feira, guiada principalmente pelo avanço das ações da Petrobras e intenso noticiário corporativo, levando o Ibovespa a fechar fevereiro com o melhor resultado mensal desde abril de 2015.

O Ibovespa teve alta de 2,89 por cento, a 42.793 pontos. O volume financeiro do pregão somou 7 bilhões de reais.

Em fevereiro, o índice de referência do mercado acionário brasileiro acumulou alta de 5,91 por cento, maior alta mensal desde abril de 2015 e primeiro mês positivo desde outubro.

O avanço do pregão brasileiro foi endossado por decisão do banco central da China de reduzir a alíquota do depósito compulsório dos bancos, a fim de estimular a economia, assim como alta de commodities.

O resultado positivo do mês decorreu particularmente do retorno de estrangeiros ao mercado acionário doméstico, em meio a perspectivas relacionadas ao aumento da taxa de juros nos Estados Unidos.

Conforme dados da BM&FBovespa, o saldo de capital externo no mês estava positivo em 1,876 bilhão de reais até o dia 25, após janeiro ter registrado resultado negativo de 167 milhões de reais.

O analista Vitor Suzaki, da corretora Lerosa, disse que perspectivas de mudanças no panorama político brasileiro também estão alimentando o apetite por risco na Bovespa.

A segunda-feira ainda incluiu rebalanceamento do índice global MSCI e suas subdivisões, incluindo o Brasil, que entram em vigor no fechamento desta segunda-feira.

DESTAQUES

- PETROBRAS encerrou com alta de 5,54 por cento nas ações preferenciais e de 6,68 por cento nas ordinárias, após a petroleira fechar acordo o banco China Development Bank (CDB) para financiamento de 10 bilhões de dólares. A alta dos preços do petróleo também contribuiu para o avanço da estatal. Dados de produção da empresa e eleição de representante dos funcionários para o Conselho de Administração da companhia também estiveram no radar. No mês, as duas classes de ações da Petrobras valorizaram-se cerca de 6 por cento.

- VALE fechou com as preferenciais de classe A com elevação de 5,94 por cento e os papéis ordinários com avanço de 7,36 por cento, na esteira de outras mineradoras no exterior, apesar do corte do rating da empresa pela Moody's. O mercado também seguia na expectativa de acordo com o governo sobre desastre ambiental da Samarco em Minas Gerais. Em fevereiro, Vale PNA subiu 18 por cento e Vale ON ganhou 21,5 por cento.

- ITAÚ UNIBANCO avançou 2,83 por cento e BRADESCO subiu 3,19 por cento, favorecidas pelo apetite por risco no mercado local, reforçando os ganhos do Ibovespa em razão da relevante fatia que ambos detêm no índice.

- RUMO ALL saltou 12,39 por cento, maior avanço do Ibovespa, após a sua controladora Cosan Logística convocar assembleia para 14 de março para deliberar sobre aumento de capital na empresa de logística ferroviária.

- SMILES avançou 6,2 por cento, antes da divulgação do resultado do quarto trimestre previsto para o final do dia, revertendo fraqueza inicial quando foi afetada pelo acordo com sua controladora GOL sobre passagens aéreas. GOL, que não está no Ibovespa, subiu 6,45 por cento. O ministro interino da Secretaria de Aviação Civil, Guilherme Ramalho, afirmou à Reuters que o governo quer enviar ao Congresso Nacional ainda no primeiro semestre proposta para ampliar o limite de participação estrangeira no capital das empresas aéreas brasileiras.

- MARFRIG subiu 4,69 por cento, após divulgação de prejuízo trimestral menor e expectativa de crescimento da receita em até 26 por cento neste ano.

- GERDAU avançou 1,15 por cento na esteira de ganhos do setor siderúrgico na bolsa e ajudada por relatório do Morgan Stanley de elevar a recomendação para o papel a "overweight". A companhia adiou a divulgação de resultado trimestral para 15 de março, citando a última fase da operação Zelotes.

- OI caiu 16 por cento, entre as poucas quedas do Ibovespa, ainda pressionada pela desistência do fundo LetterOne de apoiar esforços da operadora de telecomunicações para uma possível fusão com a TIM Participações. A Oi também sofreu corte do seu rating de "BB" para "B" pela agência de classificação de risco Fitch, com observação negativa.

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