Rótulo de gângsteres tirou homens-bombas de Bruxelas de vigilância oficial
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Interpol/AFP
A evolução dos irmãos Bakraoui, de criminosos violentos a homens-bomba islâmicos, se encaixa em um padrão de prisão por crime à mão armada, seguida por ausências a reuniões de liberdade condicional e oportunidades perdidas na órbita do Estado Islâmico.
Brahim El Bakraoui explodiu a si mesmo na manhã da última terça-feira no saguão de embarque do aeroporto de Bruxelas. Apenas uma hora depois, Khalid detonou sua bomba em um trem do metrô de Bruxelas.
Nenhum dos dois era considerado uma ameaça radical pelas autoridades belgas até dezembro, embora a Turquia tenha expulsado Brahim em julho de 2015, pois acreditava que ele tentava se unir a combatentes na Síria.
Há indicações de que os irmãos teriam se radicalizado na prisão. Quaisquer que sejam os fatos, o caso de ambos destaca a falha das autoridades belgas em acompanhar as transformações do perigo islamista.
Pieter Van Ostaeyen, um especialista em jihadismo que vem mantendo contato com soldados belgas na Síria, disse que as autoridades belgas falharam em localizar militantes como os Bakraouis a tempo, pois procuravam na "lista errada" de suspeitos, descartando-os como alvos.
Rótulo de gângster tirou irmãos do radar
Os irmãos Bakraoui, disse ele, foram rotulados simplesmente como gângsteres e incluídos em uma lista de criminosos motivados pelo dinheiro, enquanto as autoridades de busca a potenciais radicais islâmicos estava focada em pessoas com credenciais religiosas estabelecidas.
"Isso provou ser errado. Agora eles estão mesclando as listas", disse Van Ostaeyen.
Um funcionário do governo belga confirmou que uma fusão de fluxos de informações entre as diferentes agências policiais e especializações foi uma parte importante das recentes mudanças em suas práticas.
É um reconhecimento tardio daquilo que autoridades de segurança, incluindo o chefe da agência de polícia da União Europeia, descreveram à Reuters como crescentes ligações entre militantes do Estado Islâmico e grupos criminosos, que vão desde fornecedores de armas às máfias dos Balcãs a traficantes de drogas.