Mexicanos queimam boneco de Donald Trump em ritual de Páscoa

Por Henry Romero e Tomas Bravo

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - Mexicanos celebrando um ritual de Páscoa na noite de sábado queimaram bonecos do candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos Donald Trump, cujas posições anti-imigrantes têm gerado revolta ao sul da fronteira norte-americana.

Em La Merced, bairro pobre da Cidade do México, centenas de moradores gritavam "morte" e diversos insultos enquanto observavam a explosão da imitação de papel machê do magnata do mercano imobiliário sorrindo, vestido de blazer azul, gravata vermelha e sua marca oficial, um topete de cabelo loiro.

A imprensa noticiou que bonecos de Trump foram queimados em todo o México, de Puebla ao centro industrial mexicano, Monterrey.

O ato é parte da conhecida tradição da Semana Santa mexicana onde bairros queimam bonecos representando Judas Iscariote, que traiu Jesus Cristo, de acordo com a Bíblia. Os bonecos são normalmente feitos imitando figuras políticas impopulares.

"Desde que ele começou sua campanha e começou a falar sobre imigrantes, sobre o México e mexicanos eu disse 'Tenho que pegar esse cara'", disse Felipe Linares, artista que fabricou o boneco de Trump e cuja família tem produzido bonecos de Judas há mais de 50 anos

Trump, favorito para vencer a nominação republicana para as eleições em 8 de novembro, incendiou o México com sua campanha de construir um muro ao longo da fronteira com os EUA para manter imigrantes ilegais e drogas fora do país, além de fazer com que o México pague pelo muro.

O presidente mexicano Enrique Peña Nieto afirmou que seu país não pagará pelo muro e relacionou o "tom estridente" de Trump à ascensão de ditadores como Adolf Hitler e Benito Mussolini.

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