Hidrelétricas Jirau e Santo Antônio exigem novo aporte de capital, diz Eletrobras
RIO DE JANEIRO (Reuters) - As hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, que estão sendo construídas ambas no rio Madeira, em Rondônia, deverão exigir novos aportes de capital de seus sócios, afirmou a jornalistas nesta terça-feira o presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, após participar de evento no Rio de Janeiro.
Ele disse, sem especificar números, que a quantia exigida não deverá ser significativa, e deve-se a dívidas das usinas no mercado de curto prazo de energia pela produção menor em 2015, quando intensa seca no Brasil reduziu a geração das hidrelétricas.
"Possivelmente vamos fazer aporte. A geração de caixa atual não gera recursos suficientes para fazer esse pagamento... ainda não tenho o valor, mas não é algo muito significativo", afirmou Costa Neto.
Além da Eletrobras, Jirau ainda tem como acionistas a francesa Engie e a japonesa Mitsui [8031.T], enquanto em Santo Antônio a estatal federal tem como principal sócia a Cemig.
ANGRA 3
O executivo informou também que a subsidiária Eletronuclear trabalha para retomar ainda neste semestre as obras da usina nuclear de Angra 3, paralisadas no ano passado após construtoras desistirem do consórcio de montagem do empreendimento, em meio a atrasos de pagamentos pela estatal e investigações de corrupção no projeto.
A operação Lava Jato, da Polícia Federal, apontou a existência de propina e cartel na contratação do consórcio, e o então presidente da subsidiária da Eletrobras responsável por Angra, a Eletronuclear, Othon Pinheiro, foi preso sob suspeita de recebimentos ilícitos.
Segundo Costa Neto, os contratos da obra, que foram suspensos após a desistência das empresas, terão que ser relicitados pela estatal.
"Retomando agora, a usina ficará pronta em 2020, já levando em conta as novas licitações", disse.
O último cronograma oficial de Angra 3 apontava início da geração ao final de 2018.
(Por Rodrigo Viga Gaier)