Renova Energia pode reduzir em 1 GW portfólio de projetos em implantação

SÃO PAULO (Reuters) - A Renova Energia, controlada da Cemig que investe em usinas renováveis, principalmente eólicas, está revendo seu plano de negócios e poderá reduzir em até 1 gigawatt o porfólio de projetos atualmente em implementação, afirmou em teleconferência nesta terça-feira o presidente da companhia, Cristiano Correa de Barros.

A estratégia, diante da conjuntura, será adotada por meio do redimensionamento de projetos que já venderam a produção no mercado livre de energia a um preço mais elevado do que os praticados atualmente. A empresa buscará fechar compras de energia de longo prazo a preços menores para atender a esses contratos fechados com clientes, disse o executivo.

"Isso nos permite adiar um pouco os investimentos... Pode chegar a significar uma redução de nosso portfólio de projetos (em implementação) em torno de 1 gigawatt", afirmou Barros.

A assessoria de imprensa da Renova esclareceu à Reuters, após a teleconferência, que a companhia não pretende deixar de implementar os parques, apenas adiar a data de entrada em operação.

Ao apresentar os resultados, Barros disse que a conjuntura política e econômica do Brasil desde o ano passado retraiu o mercado de capitais e elevou custos de financiamento.

"Todos esses fatores impactaram negativamente na companhia."

A Renova possui cerca de 1,2 gigawatts em usinas eólicas que venderam a produção no mercado livre de energia, parte delas para a elétrica Light, também controlada pela Cemig.

Essas usinas deveriam iniciar operação entre o final de 2015 e setembro de 2018.

Barros não deu detalhes sobre as negociações com os clientes para adiamento dos parques.

O plano de negócios que está sendo redimensionado previa que a empresa alcançaria 2,6 gigawatts instalados até 2019, dos quais 1,4 gigawatts com contratos no mercado regulado.

Atualmente, a Renova possui 653,3 megawatts em usinas já em operação, todas com contratos regulados.

A Renova fechou 2015 com um lucro líquido de 118,2 milhões de reais, sendo que no quarto trimestre o resultado foi um prejuízo de 303 milhões de reais.

"Apesar de ter sido um ano complexo, difícil não só para a Renova, mas para todo o mercado brasileiro, encerramos com lucro líquido significativo", disse Barros.

A receita líquida da companhia somou 409,8 milhões de reais no ano, alta de 35,3 por cento ante 2014.

(Por Luciano Costa)

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