Chegada de imigrantes na Grécia cresce apesar de acordo entre UE e Turquia
Por Karolina Tagaris e Lefteris Karagiannopoulos
ATENAS (Reuters) - As chegadas de imigrantes e refugiados na Grécia vindos da Turquia aumentaram de forma acentuada nesta quarta-feira, pouco mais de uma semana depois de a União Europeia e a Turquia chegarem a um acordo para cortar o fluxo, e ao mesmo tempo em que centenas de pessoas fizeram uma passeata no centro de Atenas para protestar contra o novo acordo.
Entre os manifestantes havia ativistas dos direitos humanos, estudantes e alguns dos milhares de imigrantes retidos na Grécia por conta do recente fechamento de fronteiras nos Bálcãs.
Autoridades gregas registraram 766 novas chegadas entre a manhã de terça e a manhã desta quarta-feira, quando no dia anterior esse número havia sido 192. A maioria entrou no país via ilha de Lesbos, no nordeste do mar Egeu.
A Itália relatou um salto ainda maior na terça-feira, quando autoridades locais disseram que 1.350 pessoas, a maioria da África, foram resgatadas de pequenos barcos que cruzavam uma rota imigratória mais longa, via Mediterrâneo, na medida em que o clima esquenta.
A Comissão Europeia declarou na terça-feira que o fluxo da Turquia para as ilhas gregas havia caído na semana passada, com somente 1.000 pessoas chegando, quando a média nos últimos meses havia sido 2.000 por dia.
Não estava claro por que os números haviam diminuído, mas o Mar Egeu tinha sido atingido por mau tempo e fortes ventos, tornando a viagem da Turquia em botes de borracha ainda mais perigosa.
Sob o acordo em vigor desde 20 de março, imigrantes e refugiados que chegam na Grécia da Turquia estarão sujeitos a serem enviados de volta depois de registrados e de processado o pedido de asilo.
Os retornos devem ser iniciados a partir de 4 de abril, e, para cada sírio que voltar da Grécia para a Turquia, um será enviado da Turquia para a Europa para reassentamento direto. Grupos de direitos humanos e alguns governos têm mostrado preocupação com a legalidade desse esquema.