EPE prevê queda de 0,4% no consumo de energia elétrica no Brasil em 2016

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê queda de 0,4 por cento no consumo de energia elétrica no Brasil em 2016, ante previsão anterior de alta de 0,4 por cento, com a menor atividade industrial afetando a demanda, disse nesta quarta-feira presidente da estatal Mauricio Tolmasquim, durante evento no Rio de Janeiro.

Tolmasquim antecipou um número que seria divulgado em nota técnica prevista para abril. A revisão na estimativa está baseada em nova queda do PIB em 2016 e por uma expectativa de menor atividade industrial.

A EPE utilizou como base um cenário com queda de 3 por cento do PIB neste ano, ante queda de 3,8 por cento no ano passado. A estimativa da estatal ainda está abaixo da média das projeções reunidas pelo Banco Central no Boletim Focus, que apontou em sua última edição perspectiva de retração de 3,66 por cento neste ano.

A EPE estima também uma queda na renda per capita de 3,8 por cento em 2016 ante 2015.

Nas novas projeções, a EPE apontará que a indústria, setor bastante impactado pela crise econômica, deve ancorar a queda no consumo de energia este ano, com retração de 4,5 por cento.

"Se olhar para janeiro e fevereiro, a queda é de 5,5 por cento, e puxada por indústria, com queda de 8,3 por cento. Nas residências há queda de 4,4 por cento, e no comércio queda de 3,2 por cento. Isso já indica o que vai ser o ano", declarou Tolmasquim.

No ano passado, de acordo com a EPE, o consumo de energia já tinha caído 1,4 por cento no país.

Já os setores residencial e comercial devem apresentar uma expansão do consumo em 2016 de 2 e 2,5 por cento, respectivamente, mas bem aquém da média de aproximadamente 6 por cento nos últimos anos.

"As estimativas para o quinquênio também serão reduzidas para baixo diante do cenário econômico e de dois anos seguidos de queda no consumo", ressaltou Tolmasquim, sem divulgar as novas projeções.

Apesar da queda no consumo, a EPE estima que a expansão na oferta de energia este ano será de cerca de 9 mil megawatts. Boa parte disso virá de usinas hidrelétricas, que entrarão no chamado processo de motorização de máquinas para geração de energia.

"A perspectiva de expansão para este ano é muito boa, e de abril a dezembro devem entrar 7.500 MW e no ano 9 mil. O grosso são das hídricas motorizando, como Santo Antônio, Jirau, Belo Monte, Teles Pires... Tem ainda eólicas e duas térmicas a gás natural", declarou ele.

(Por Rodrigo Viga Gaier)

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