Setor aéreo terá forte expansão na América Latina, apesar de incertezas no curto prazo

SANTIAGO (Reuters) - As dificuldades econômicas e políticas que atingem a América Latina não serão um obstáculo para a robusta expansão dos negócios aerocomerciais nos próximos anos, com um salto na frota de aviões e abertura de novas rotas de curto e longo alcance, preveem fabricantes e companhias aéreas.

Como parte da feira internacional de aviação (Fidae), que acontece esta semana em Santiago, executivos da indústria se mostraram otimistas em relação ao crescimento esperado para as companhias aéreas, a pouca maturidade do mercado de passageiros na América Latina e o surgimento de megacidades na região.

"Não tenho a menor dúvida sobre o futuro da região. Estamos passando por algumas crises, mas veja a proporção entre o tamanho da população e quantos assentos per capita temos e compare com os Estados Unidos. Então, somos recém-nascidos", disse à Reuters o presidente da Avianca Holdings, Germán Efromovich.

A América Latina tem 0,4 passageiro per capita, um sexto em comparação com os Estados Unidos, segundo dados do setor.

Sob este cenário, a Boeing, maior fabricante de aviões comerciais do mundo, previu que a região precisará de 3.050 novos aviões até 2035, avaliados em 350 bilhões de dólares.

Nos últimos cinco anos, o aumento anual da demanda por viagens aéreas na América Latina tem estado em cerca de 7 por cento, acima da média global de 5 por cento, tendência que deve continuar nos próximos 20 anos, quando se espera que a região cresça cerca de 6 por cento.

"As companhias aéreas continuarão adquirindo aviões novos e eficientes para proporcionar uma conectividade maior", disse Simon Newitt, vice-presidente para América Latina da divisão de aviões comerciais da Embraer.

Embora as empresas como a Latam Airlines, a maior operadora de vôos comerciais da região, tenham reduzido recentemente sua frota de aviões e outras buscam adiar o recebimento de aviões devido ao clima atual na região, as perspectivas no longo prazo são positivas.

"Para o ano de 2034 veremos como 9 das 31 megacidades do mundo são da América Latina, transformando a região em um dos mercados aéreos emergentes mais importantes em escala internacional", disse Rafael Alonso, presidente da Airbus para América Latina e Caribe.

(Por Antonio De la Jara; reportagem adicional por Felipe Iturrieta e Rosalba O´Brien)

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