Arquiteta anglo-iraquiana Zaha Hadid morre aos 65 anos de ataque cardíaco
LONDRES (Reuters) - A arquiteta anglo-iraquiana Zaha Hadid, cujos projetos futurísticos estão presentes em edifícios de todo o mundo e acumularam elogios, morreu de ataque cardíaco aos 65 anos, informou a empresa da profissional nesta quinta-feira.
Zaha, cujas concepções incluíram o museu MAXXI de Roma, o Centro Aquático de Londres usado na Olimpíada de 2012 e o Centro Heydar Aliyev de Baku, no Azerbaijão, faleceu subitamente em Miami, disse a Zaha Hadid Architects em comunicado.
"Ela contraiu bronquite no início desta semana e sofreu um ataque cardíaco súbito enquanto era tratada no hospital", informou a empresa.
Nascida em Bagdá, ela frequentou colégios internos na Inglaterra e na Suíça antes de estudar matemática na Universidade Americana de Beirute. Ela se voltou à arquitetura em Londres nos anos 1970, criando sua própria empresa em 1979.
"Os arquitetos são loucos. Viramos a noite, costumávamos ficar cinco noites sem dormir", disse à rádio BBC no mês passado. "Você fica muito exausto, então um certo delírio se instala em você".
Poucos de seus desenhos geometricamente complexos dos anos 1980 e 1990 foram concretizados, mas ela se recusou a fazer concessões.
O projeto de sua firma foi escolhido para o estádio olímpico dos Jogos de 2020 em Tóquio, mas acabou descartado por causa dos custos altos.
"É muito importante na ideia principal que nada seja diluído", disse ela a respeito de uma fábrica que concebeu para a BMW em Leipzig, na Alemanha.
"Se você faz prédios públicos... é muito importante trazer aqueles momentos mágicos que encontramos através de prédios ou paisagens, ou quando olhamos para algo incrível".
Zaha também desenhou o estádio Al Wakrah, que está sendo construído no Catar para a Copa do Mundo de 2022.
Em 2004 ela se tornou a primeira mulher a receber o prestigioso Prêmio de Arquitetura Pritzker, considerado a maior honraria da área e uma das muitas homenagens que lhe foram outorgadas em todo o mundo.
Zaha foi feita Dama pela rainha britânica Elizabeth em 2012 e recentemente havia conquistado a Medalha Real de Ouro de 2016 do Instituto Real de Arquitetos da Grã-Bretanha, novamente a primeira mulher a ser homenageada com tal distinção.
(Por Michael Holden e Paul Sandle, em Londres, e Stephen Kalin em Bagdá)