Futebol feminino dos EUA apresenta queixa exigindo tratamento igual ao do time masculino
Por Suzannah Gonzales e Mica Rosenberg
CHICAGO (Reuters) - A goleira Hope Solo e quatro outras jogadoras da seleção feminina de futebol dos Estados Unidos, que é campeã mundial, apresentaram uma queixa salarial a um tribunal federal argumentando que geram mais renda à Federação de Futebol dos EUA (USSF) que o time masculino, mas recebem menos.
As jogadoras, entre elas a artilheira Carli Lloyd, dizem que algumas delas ganham somente 40 por cento do valor pago aos integrantes da seleção masculina, afirmou o advogado Jeffrey Kessler nesta quinta-feira.
Na queixa à Comissão de Oportunidade de Emprego Igualitário apresentada na quarta-feira, as jogadoras pediram uma investigação da federação, entidade que administra o futebol no país e é a empregadora das atletas.
A USSF disse em um comunicado que desenvolver o futebol das mulheres é uma prioridade. "Estamos comprometidos e envolvidos na negociação de um novo acordo coletivo de trabalho que trata da compensação", afirmou.
A seleção feminina, que conquistou três títulos de Copa do Mundo e quatro medalhas de ouro olímpicas, rendeu pelo menos 16 milhões de dólares à federação em 2015, enquanto o time masculino deu prejuízo à entidade, disse Kessler, citando registros financeiros da própria federação.
"As mulheres da seleção feminina estão decepcionadas por terem que recorrer a uma ação legal para forçar a USSF – na marra – a cumprir com uma obrigação legal que têm de proporcionar o mesmo pagamento pelo mesmo trabalho", afirmou o advogado.
A zagueira Becky Sauerbrunn, a meia-atacante Alex Morgan e a meio-campista Megan Rapinoe também participam da ação, e as cinco jogadoras agem em nome de toda a seleção feminina, explicou Kessler.
A queixa não trata só da remuneração, disse Alex em um comunicado da firma de Kessler. "Queremos jogar em campos de alto nível, só de grama, como a seleção masculina. Queremos ter acomodações de viagens equitativas e confortáveis e simplesmente queremos um tratamento igual".
(Reportagem adicional de Susan Heavey e Megan Cassella)