Bovespa fecha em alta com ajuda externa, mas cautela ante risco político reduz ganhos

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em alta nesta quarta-feira, favorecido por viés externo positivo, mas longe das máximas, com investidores mais cautelosos antes do feriado e perante o risco de novos ruídos no ambiente político.

O Ibovespa subiu 0,28 por cento, a 49.482 pontos, novamente sem conseguir romper o patamar de 50 mil pontos no fechamento, após superá-lo na máxima do dia, quando subiu 2 por cento. O volume financeiro do pregão somou 5,5 bilhões de reais.

A mudança da meta fiscal de 2016 repercutiu no começo do pregão, com agentes financeiros avaliando que o Congresso Nacional deu a primeira demonstração de apoio ao governo interino, embora sigam dúvidas sobre a capacidade de aprovação de eventuais medidas mais duras e polêmicas.

Na parte da tarde, especulações e ruídos sobre eventuais novas divulgações envolvendo políticos próximos ao presidente interino Michel Temer endossaram posições mais cautelosas.

"Tais ruídos não deixam o mercado respirar com mais tranquilidade. Até começa mais forte, mas perde a força", disse um gestor, que pediu para não ter o nome citado.

No exterior, o petróleo fechou em alta após o governo norte-americano divulgar uma queda maior que a esperada nos estoques de petróleo, enquanto Wall Street encerrou com o S&P 500 com avanço de 0,7 por cento.

DESTAQUES

- VALE fechou com as ações ordinárias avançando 4,28 por cento e com as preferenciais em alta de 2,47 por cento, na esteira do maior apetite a risco, apesar da fraqueza do minério de ferro.

- PETROBRAS encerrou com acréscimo de 1,64 por cento nas preferenciais, ajudadas pela valorização dos preços do petróleo no exterior.

- ITAÚ UNIBANCO cedeu 0,46 por cento e BRADESCO perdeu 0,41 por cento, corroborando o enfraquecimento do Ibovespa, com dados mostrando piora do mercado de crédito no país, enquanto BANCO DO BRASIL subiu 2,94 por cento, recuperando-se de fortes perdas na véspera diante do cenário de extinção do Fundo Soberano.

- KROTON EDUCACIONAL reverteu os ganhos da manhã e fechou em queda de 3,80 por cento, exercendo a maior pressão baixista sobre o Ibovespa, dividindo a ponta negativa com a MRV, que cedeu 3,50 por cento, ainda pressionada por incertezas sobre o programa habitacional Minha Casa Minha Vida.

- TELEFÔNICA BRASIL cedeu 0,95 por cento, após o Credit Suisse cortar a recomendação da ação de "outperform" para "neutra", em amplo relatório sobre o setor de telecomunicações, com manutenção de "neutra" para TIM e retomada de cobertura de Oi, com recomendação "neutra".

- FIBRIA subiu 3,82 por cento, também recuperando-se de perdas recentes, acompanhando a valorização do dólar ante o real, em sessão com anúncio de preços por outras empresas do setor de papel e celulose, incluindo KLABIN, que fechou com acréscimo de 0,56 por cento.

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