Caffarelli assumirá Banco do Brasil; Occhi vai presidir Caixa Econômica Federal

Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - O governo federal anunciou nesta quarta-feira a indicação de Paulo Caffarelli para assumir a presidência do Banco do Brasil e de Gilberto Occhi para comandar a Caixa Econômica Federal, concluindo a montagem dos principais nomes da equipe econômica do governo do presidente interino Michel Temer.

As nomeações chegam num momento de crescente escrutínio do mercado sobre os bancos públicos, que estão com a posição de capital mais baixa do que os rivais privados, na esteira de anos de crescimento acelerado da oferta de crédito, mesmo com a economia em desaceleração.

Caffarelli é funcionário de carreira do BB, onde foi vice-presidente das áreas de Varejo e de Atacado. Ele deixou o banco em 2014 para assumir a secretaria-executiva do Ministério da Fazenda, durante a gestão de Guido Mantega.

Em março do ano passado, Caffarelli assumiu como diretor da Companhia Siderúrgica Nacional e posteriormente passou a comandar a diretoria de Relações com Investidores.

A nomeação de Caffarelli para o BB acontece após especulações de que o governo teria inicialmente pensado em oferecer o comando do banco a Gustavo do Vale, que está deixando a presidência da Infraero.

Segundo uma fonte dentro do banco, no entanto, a indicação não teria sido bem recebido pelo corpo funcional do BB, já que Vale é funcionário de carreira do BC, embora tenha chegado a ser vice-presidente de Tecnologia e Infraestrutura do BB, em 2001.

Posteriormente, a equipe econômica de Temer considerou manter Alexandre Abreu no cargo, mas essa hipótese era vista com reservas por parte do mercado, porque o executivo é egresso da equipe da presidente afastada Dilma Rousseff.

Por último, um contato foi feito com o ex-vice-presidente de Finanças do banco, Ivan Monteiro, que hoje ocupa a mesma posição na Petrobras, e que teria recusado a oferta, disse a fonte do BB.

Funcionário de carreira da Caixa, Occhi foi superintendente regional e vice-presidente de Governo no banco. É tido dentro da instituição financeira como um técnico competente. Ele assume no lugar de Miriam Belchior, que foi exonerada nesta quarta-feira do cargo que ocupava desde o ano passado.

Em 2014, Occhi assumiu o comando do Ministério das Cidades, ainda no primeiro mandato de Dilma Rousseff. No ano seguinte se tornou ministro da Integração Nacional, cargo ao qual renunciou em abril, após seu partido, o PP, anunciar o desembarque da base aliada do governo, poucos dias antes da votação sobre o impeachment na Câmara dos Deputados.

Na semana passada, o governo já havia anunciado a economista Maria Sílvia Bastos para assumir a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em substituição a Luciano Coutinho.

(Edição Raquel Stenzel)

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