Sergio Leite é eleito presidente da Usiminas, dizem fontes
SÃO PAULO (Reuters) - O atual vice-presidente comercial da Usiminas, Sergio Leite, foi eleito nesta quarta-feira como presidente-executivo, com a missão de implementar uma reviravolta operacional e financeira na maior produtora de aços planos do país, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto nesta quarta-feira.
O Conselho de Administração discutiu a nomeação do novo líder para a Usiminas em reunião pela manhã. Segundo as fontes, que pediram anonimato, 6 de 11 membros do Conselho aprovaram a nomeação de Leite, três rejeitaram, dois se abstiveram.
A assessoria de imprensa da Usiminas não quis comentar.
Além de acionistas controladores Nippon Steel e Techint, representantes de empregados da Usiminas, pensionistas e acionistas minoritários, incluindo a rival CSN, fazem parte do Conselho.
Leite está na Usiminas há 40 anos e tem sido diretor comercial da companhia na gestão dos últimos 4 presidentes. Ele é graduado em Engenharia Metalúrgica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestre em Engenharia Metalúrgica pela Universidade Federal de Minas Gerais, vai substituir Rômel Erwin de Souza, que era indicado pela Nippon.
Com assentos no Conselho como acionista controlador, a Techint foi deposta da administração da Usiminas em setembro 2014 após uma disputa com a Nippon pelo controle da empresa.
Essa disputa tem freado uma recuperação da Usiminas, que enfrenta uma recessão severa do país, a concorrência das importações e uma dívida crescente. A empresa, que tem cerca de 25 mil empregados, fechou uma fábrica em Cubatão no fim de 2015.
As empresas, assim como outros acionistas, participaram de um plano de injeção de capital no valor de 1 bilhão de reais ($ 277 milhões), que foi celebrado esta semana. Representantes da Techint e a Nippon Steel não tinham um comentário imediato.
Em relatório, analistas do JPMorgan avaliaram que a nomeação de Leite sinaliza que a Ternium/Techint está ganhando mais espaço na Usiminas após anos de disputas com a Nippon Steel.
"Mesmo que isso não marque o fim das divergências entre os sócios, em nossa opinião, a eleição do novo presidente deve ser vista como evento positivo para a Usiminas uma vez que a Techint é percebida como um operador capaz da indústria", diz nota assinada pela equipe do JPMorgan liderada por Rodolfo Angele.
Às 14:15, a ação ordinária da Usiminas subia 1 por cento, enquanto a preferencial avançava 2,9 por cento. Os papéis acumulam baixa de cerca de 70 por cento em 12 meses.
(Por Guillermo Parra-Bernal e Alberto Alerigi Jr.)