Em delação, Pedro Correa diz que Lula participou diretamente de esquema na Petrobras, diz Veja

(Reuters) - O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) disse em acordo de delação premiada no âmbito da Lava Jato que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou diretamente do esquema de corrupção na Petrobras e que interferiu diretamente na nomeação de Paulo Roberto Costa para o comando da diretoria de Abastecimento da estatal, segundo a revista Veja.

De acordo com a publicação, Corrêa disse aos investigadores da Lava Jato que parlamentares do PP foram a Lula quando ele era presidente reclamar do avanço do PMDB sobre os contratos da diretoria comandada por Costa, indicado pelo PP, e que ouviram de Lula que as propinas dos contratos da área eram suficientes para atender tanto ao PP quanto aos peemedebistas.

Na delação, ainda não homologada pela Justiça, o ex-deputado diz também, ainda de acordo com a revista, que Lula orientou os parlamentares do PP a negociarem com o PMDB a partilha das propinas referentes aos contratos da diretoria e garantiu a eles que o PP ficaria com a maior parcela.

Segundo a Veja, Corrêa disse aos investigadores da Lava Jato que entre os integrantes do PMDB com quem negociou a divisão da propina está o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Na delação mencionada pela publicação, o ex-deputado, já condenado a 20 anos e 7 meses de prisão na Lava Jato, cita outros políticos, como a presidente afastada Dilma Rousseff, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o senador cassado Delcídio do Amaral.

No caso de Dilma, Corrêa teria afirmado que a petista se reuniu com Costa em 2010 para lhe pedir "apoio financeiro".

Em nota, o Instituto Lula afirmou que Corrêa aceitou negociar uma delação para não ter de cumprir sua pena e afirma que o ex-deputado inventou diálogos que teriam ocorrido há 12 anos.

Também em nota, Renan disse que nunca se reuniu com o ex-deputado e que nunca se reuniria com ele por se tratar de pessoa que não faz parte de suas relações políticas ou pessoais.

“Chega de delação de bandidos citando relações inexistentes ou fictícias para sair da cadeia e expor terceiros. A delação que não for confirmada deve agravar a pena dos autores e não livrá-los da cadeia”, disse o senador na nota.

A presidente afastada também divulgou nota em que nega a reunião com o ex-diretor da Petrobras, afirmação que classifica de "absolutamente mentirosa e absurda".

"Vemos, mais uma vez, uma nova tentativa de se tentar envolver o nome da presidenta Dilma Rousseff em versões fantasiosas, inconsistentes e que serão desmentidas pelos fatos", afirma a nota.

(Por Eduardo Simões, em São Paulo)

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