Exército do Iraque realiza ofensiva contra cidade tomada pelo Estado Islâmico
Por Saif Hameed e Kareem Raheem
BAGDÁ (Reuters) - O Exército do Iraque avançou contra a fronteira sul de Falluja com apoio aéreo dos Estados Unidos nesta segunda-feira, lançando um ataque direto para retomar a cidade das mãos de militantes do Estado Islâmico e tentar ajudar a proteger a capital Bagdá da ação de homens-bomba.
Reagindo à ofensiva das forças do governo, um carro-bomba e suicidas com explosivos em um carro e uma moto mataram mais de 20 pessoas e deixaram mais de 50 feridas em três bairros de Bagdá, disseram fontes policiais e médicas.
Fortalecido por milícias xiitas apoiadas pelo Irã, o Exército iraquiano lançou sua operação de recaptura de Falluja no dia 23 de maio, primeiramente reforçando um cerco de seis meses à cidade, localizada 50 quilômetros a oeste de Bagdá.
Em janeiro de 2014, Falluja se tornou a primeira cidade iraquiana a cair nas mãos do grupo sunita ultrarradical, que mais tarde dominou áreas do norte e do oeste do país, declarando um califado que ainda incluiu territórios tomados da vizinha Síria.
Nesta segunda-feira, unidades do Exército rumaram para a entrada do sul de Falluja, "avançando com firmeza" sob proteção aérea da coalizão liderada pelos EUA, de acordo com um comunicado militar lido na televisão estatal. Uma equipe da Reuters TV no local relatou explosões e disparos em Naimiya, bairro do sul de Falluja.
Uma coalizão de milícias xiitas conhecida como Hashid Shaabi, ou Mobilização Popular, estava tentando consolidar o cerco expulsando militantes de Saqlawiya, um vilarejo próximo ao norte de Falluja.
Os milicianos se comprometeram a não participar do ataque na cidade de maioria sunita para não agravar as tensões sectárias.
Falluja é um bastião da insurgência sunita que combateu a ocupação norte-americana do Iraque e o governo de maioria sunita de Bagdá que assumiu o comando da nação após a queda do presidente sunita Saddam Hussein em 2003.
A ofensiva está causando alarme em organizações internacionais por conta da situação humanitária na cidade, onde mais de 50 mil civis estão presos com acesso limitado a água, alimentos e assistência de saúde.