MPF denuncia 3 pessoas por explosão em plataforma a serviço da Petrobras

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Ministério Público Federal no Espírito Santo denunciou à Justiça três pessoas pela explosão na plataforma Cidade de São Mateus, da norueguesa BW Offshore, que ocorreu em fevereiro do ano passado, no litoral do Estado, e deixou nove mortos e 26 feridos.

A plataforma funcionava a serviço da Petrobras na extração de petróleo e gás natural dos campos de Camarupim e Camarupim Norte. No momento do acidente, a unidade operava com 74 trabalhadores a bordo. [nL1N0W41MD]

Os filipinos Ray Alcaren de Gracia, gerente da plataforma, e Bernard Vergara Vinãs, operador de marinha; e o russo Litvinov Vadim, superintendente de marinha, são acusados de homicídio doloso, quando assumem o risco de causar a explosão e suas consequências, por nove vezes, dentre outras questões.

"Com isso, eles podem pegar até 30 anos de prisão caso sejam condenados pela Justiça à pena máxima", afirmou o MPF.

As investigações realizadas pelo MPF indicaram que a explosão aconteceu durante uma manutenção na plataforma. Foram encontradas irregularidades no esvaziamento de um tanque, na instalação de um equipamento e em procedimentos de segurança e operacionais.

Entretanto, o MPF apontou ser legítima a concessão de perdão judicial a um dos denunciados, Bernard Vergara Vinãs, já que o trabalhador contribuiu para a explosão seguindo ordens e apenas após alertar seu superior sobre os riscos envolvidos.

Vinãs também se dirigiu pessoalmente para tentar impedir a explosão e acabou "severamente" atingido, segundo o MPF.

A unidade operava a cerca de 40 km da costa, segundo o órgão regulador (ANP), e produzia cerca de 2,25 milhões de metros cúbicos por dia de gás, o principal produto da plataforma.

Camarupim é operado pela Petrobras, com 100 por cento da concessão. Já Camarupim Norte é operado pela Petrobras, com 65 por cento, em parceria com a petroleira brasileira Ouro Preto, que detém os demais 35 por cento.

A denúncia, assinada pelo procurador da República Guilherme Virgílio, foi ajuizada na Justiça Federal em Linhares nesta segunda-feira.

Procurada, a BW Offshore não se manifestou imediatamente.

(Por Marta Nogueira)

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