Rio 2016 diz que Zika não afeta procura por ingressos no exterior

Por Pedro Fonseca

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A procura por ingressos para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro permanece alta no exterior, garantiu o Comitê Rio 2016 nesta segunda-feira, apesar do recente noticiário negativo em torno da cidade e do país, como o surto de Zika e casos de violência.

O Rio 2016 não divulgou, no entanto, dados sobre a venda nos outros países.

“A gente vem inclusive reparando dos revendedores autorizados fora do Brasil que eles continuam pedindo ingressos para as competições, o que mostra que a demanda continua alta lá fora”, disse a jornalistas o diretor de ingressos dos Jogos Rio 2016, Donovan Ferreti. O diretor negou que as preocupações com o Zika e a segurança tenham afetado o interesse pela Olimpíada de agosto.

Ferreti, no entanto, não forneceu detalhes sobre o percentual de entradas vendidas no exterior até o momento. Do total de 7,5 milhões de ingressos da Olimpíada, cerca de 30 por cento são destinados para compradores de fora do país.

Na semana passada, os organizadores dos Jogos Olímpicos anunciaram que as vendas de entradas para a Olimpíada tinham alcançado 67 por cento do total disponibilizado até o momento, um avanço em relação ao balanço anterior que apontava que menos da metade tinha sido comercializada até então.

O aumento das vendas representa um incentivo para os organizadores, num momento em que os Jogos do Rio, os primeiros realizados na América do Sul, sofrem questionamentos principalmente no exterior por questões como o surto de Zika no Brasil e incidentes de violência na cidade-sede como, por exemplo, o recente estupro coletivo de uma jovem na zona oeste da cidade.

O astro do basquete espanhol Pau Gasol se somou nesta segunda-feira a uma lista de atletas que colocou em dúvida sua participação na Olimpíada citando temores relativos ao Zika, enquanto na semana passada mais de 100 especialistas e cientistas pediram que os Jogos sejam adiados ou transferidos por causa dos receios com a propagação do Zika, que está ligado à microcefalia, uma má-formação cerebral.

O pedido dos especialistas foi rejeitado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que alegou que adiar a Olimpíada do Rio por causa de medo de que o evento possa acelerar a disseminação do Zika iria dar uma "falsa" sensação de segurança, já que turistas estão constantemente entrando e saindo do Brasil.

Questionado sobre o pedido dos especialistas pelo adiamento dos Jogos, o Comitê Rio 2016 afirmou apenas que segue as orientações da OMS.

INGRESSOS PARALÍMPICOS

Também nesta segunda-feira, data que marca a contagem regressiva de 100 dias para a cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos, em 7 de setembro, a Prefeitura do Rio anunciou a compra de 500 mil ingressos do evento, e mais 47 mil da Olimpíada, para doar a servidores municipais, alunos da rede de ensino e usuários de entidades de atendimento a pessoas com deficiência.

O número representa quase 70 por cento das 720 mil entradas que foram vendidas até o momento para a Paralimpíada.

“A gente entende que com 500 mil ingressos ele (Paes) está contemplando um grande número de alunos. A gente está muito feliz com esses alunos vindo fazer parte dessa experiência única dos Jogos”, afirmou Ferreti, que reconheceu que as vendas para o evento estão atrás do que era previsto para o momento.

Mesmo com a ajuda da Prefeitura do Rio, apenas 29 por cento do total de 2,5 milhões de ingressos colocados à disposição do público para os Jogos Paralímpicos foram vendidos até o momento. No total, a previsão é que serão disponibilizados 3,3 milhões de ingressos para o evento.

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