Israel suspende permissão de entrada de palestinos após ataque em Tel Aviv
-
Hazem Bader/AFP
Soldados israelenses buscam pistas em Yatta (Cisjordânia) dos responsáveis por ataque
O Exército israelense revogou permissões nesta quinta-feira (9) para mais de 80 mil palestinos visitarem Israel durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã, que está acontecendo, após dois atiradores palestinos matarem quatro israelenses em Tel Aviv, na noite de ontem (no horário local).
Não houve reivindicação imediata pelo ataque, que foi realizado contra um complexo de restaurantes perto do Ministério da Defesa de Israel, mas o Hamas e outros grupos militantes palestinos foram rápidos em elogiá-lo.
Os atiradores são de Hebron, na Cisjordânia ocupada por Israel. Eles vestiam ternos e gravatas e fingiram ser clientes de um restaurante antes de sacarem armas automáticas e abrirem fogo, deixando todos no local em pânico. Ambos foram presos e um deles ficou ferido ao ser baleado por policiais.
O incidente ocorreu após um período de relativa calma, nas últimas semanas recentes, depois de uma sequência quase diária de ataques a facas e tiros palestinos nas ruas de Israel. O ataque de ontem foi o mais mortal na capital comercial e de entretenimento do país desde uma série de ações violentas palestinas em outubro do ano passado.
Após consultas de segurança supervisionadas pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o Exército informou que irá revogar cerca de 83 mil permissões emitidas para palestinos da Cisjordânia para visitarem parentes em Israel durante o Ramadã.
No passado, tais medidas, incluindo restrições ao acesso do complexo da mesquita de Aqsa, local sagrado no coração da Cidade Antiga a que judeus se referem como Monte do Templo, levaram a uma crescente tensão com palestinos.
Após o ataque em Tel Aviv, com quatro mortes e seis feridos confirmados pela polícia, fogos de artifício foram disparados em partes da Cisjordânia. Em alguns acampamentos de refugiados, pessoas cantaram e agitaram bandeiras.
De acordo com moradores, as comemorações não tinham relação com a quebra do jejum do Ramadã ao anoitecer e eram uma celebração das mortes, realizadas por moradores de Yatta, um vilarejo próximo a Hebron.