AES nega venda da Eletropaulo, mas reduz foco em distribuição; descarta Duke

SÃO PAULO (Reuters) - A norte-americana AES não tem intenção de vender a distribuidora de energia elétrica Eletropaulo neste momento, reiterou nesta quinta-feira o presidente da AES Brasil, Julian Nebreda, em conversa com jornalistas durante evento da companhia em São Paulo.

Ele admitiu, no entanto, que o crescimento do grupo AES no Brasil não focará a distribuição de eletricidade, área em que a empresa reduziu a presença com a venda na semana passada de sua controlada AES Sul para a CPFL por 1,7 bilhão de reais.

"Nossa área de crescimento é a área de geração e serviços... em distribuição nosso objetivo é recuperação de valor", afirmou.

A Eletropaulo, que atende a região metropolitana de São Paulo, área mais rica do país, possui o maior mercado entre as distribuidoras, o que torna a empresa um ativo cobiçado no setor.

Com a venda da AES Sul, rumores já existentes sobre o interesse da AES em se desfazer de seus ativos de distribuição no Brasil cresceram, e a brasileira CPFL e a italiana Enel chegaram a comentar que pretendem fazer ofertas caso a Eletropaulo vá a mercado.

Nebreda afirmou, no entanto, que a AES focará a melhoria das finanças e dos indicadores de qualidade do serviço da distribuidora, que deterioraram-se e afetaram a rentabilidade nos últimos trimestres.

Ele destacou também que considera bons os resultados da elétrica diante do atual quadro de recessão do Brasil.

"A Eletropaulo é uma tremenda empresa. Tivemos a pior crise econômica do país, o aumento de tarifa mais alto da história do país, e os indicadores da empresa pioraram, mas só um pouquinho... o que significa que é uma empresa muito bem administrada, muito boa", afirmou.

Questionado sobre o interesse de concorrentes na elétrica, Nebreda disse que são rumores que acompanha "pelos jornais".

GERAÇÃO

No mesmo evento, o presidente da geradora AES Tietê, Ítalo Freitas, disse que a companhia tem avaliado oportunidades de aquisição no mercado, mas descartou interesse em ativos da norte-americana Duke Energy, que assim como ela controla hidrelétricas no Estado de São Paulo.

A Duke pretende vender todos seus ativos no Brasil, que somam cerca de 2 gigawatts em capacidade, em um pacote que inclui usinas em outros países da América Latina, em um total de 4,4 gigawatts.

Segundo Freitas, o negócio não faria sentido porque as empresas têm perfil semelhante, e a AES Tietê busca nesse momento investimentos em energia eólica, solar e termelétrica.

"A gente quer diversificar nossa matriz, reduzindo o risco de portfólio para o investidor da AES Tietê", afirmou.

Segundo ele, há diversas empresas tentando vender ativos no setor elétrico e intensas negociações em andamento no mercado, mas compradores e vendedores ainda não alinharam expectativas quanto ao preço.

"Acho que o pessoal ainda está valorizando um pouquinho os ativos, mas estão aparecendo boas oportunidades, estamos analisando uma a uma".

(Por Luciano Costa)

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