Iraquiano que atacou estátua de Saddam Hussein diz que líderes ocidentais devem ser julgados

Por Saif Hameed e Ahmed Rasheed

BAGDÁ (Reuters) - Um iraquiano que foi filmado atacando a estátua de Saddam Hussein com uma marreta quando tropas dos EUA entraram em Bagdá, em 2003, disse que o Iraque estava em melhor forma sob o comando do ex-ditador, e acrescentou que George W. Bush e Tony Blair devem ser julgados por “estragar” o país.

Kadhim Hassan al-Jabouri falou, nesta quarta-feira, após o ex-funcionário público britânico John Chilcot ter lançado um esperado relatório criticando o papel da Grã-Bretanha na invasão e ocupação do Iraque, comandada pelos Estados Unidos. 

O relatório disse que “a política no Iraque era feita com base em inteligência e avaliações falhas”, e que alegações de que o Iraque representava uma ameaça por possuir armas de destruição em massa foram “apresentadas com certeza injustificada.”

O documento disse que a situação tumultuada no Iraque desde a invasão não deveria ser uma surpresa. 

“Eu me arrependo de marretar a estátua”, disse Jabouri, um xiita que perdeu diversos parentes sob o regime de Saddam, que era sunita. Ele disse que seus parentes foram mortos por se oporem ao então líder iraquiano, enforcado em 2006.

A estátua de Saddam foi derrubada por fuzileiros navais norte-americanos pouco após Jabouri e outros iraquianos a terem atacado em 9 de abril de 2003. Imagens do acontecimento foram transmitidas ao vivo por todo o mundo e simbolizaram o fim da brutalidade do governo de Saddam.

“Eu gostaria que Saddam retornasse; ele executou muitos da minha família, mas ele ainda é melhor do que estes políticos e clérigos que levaram o Iraque para o lugar onde está agora”, disse ele, referindo-se aos partidos xiitas que assumiram o país após a invasão.

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