Tropas extras das Forças Armadas farão segurança de rotas olímpicas da Rio 2016
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - As Forças Armadas terão presença de cerca de 3 mil homens, a pedido do governo do Estado do Rio de Janeiro, nas chamadas rotas olímpicas por onde passarão turistas, atletas e delegações durante os Jogos Rio 2016, disse nesta quarta-feira o comandante do Comando Militar do Leste (CML), general Fernando Silva.
As Forças Armadas teriam disponíveis inicialmente 38 mil homens para a Rio 2016 espalhados pelo Rio de Janeiro e as cidades que irão receber jogos de futebol da Olimpíada. Com a demanda de reforço do governo estadual, o efetivo subiu para 41 mil militares durante o período da Olimpíada.
"Vamos concentrar nossos esforços nas áreas, eixos e rotas olímpicas. Vamos aliviar as forças de segurança pública para atuar no dia a dia da cidade e do Estado", disse o comandante do CML em entrevista coletiva convocada para a apresentação do emprego das Forças Armadas na segurança da Olimpíada.
Cerca de 18 mil homens foram destacados no Rio para a formação de uma reserva de contingência para a atuação em casos de emergência. Cerca de 3 mil militares terão poder de política para atuar no patrulhamento ostensivo da cidade, totalizando 21.845 homens.
"Vamos trazer segurança, tranquilidade e visibilidade, atendendo todos os requisitos demandados pelo COI (Comitê Olímpico Internacional)", disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann.
"Isto vai garantir a segurança de atletas, turistas e todos os envolvidos nos Jogos", acrescentou.
Os militares para atuação diária foram requisitados ao governo federal pelo Estado por insuficiência de contingente. Segundo o CML, os militares das Forças Armadas que integram a tropa de contingência estarão próximos aos clusters olímpicos: Barra, Copacabana, Maracanã e Deodoro.
O governo federal, por meio de Garantia da Lei e da Ordem, deu poder de polícia aos militares das Forças Armadas.
Inicialmente, eles já estariam presentes em áreas estratégicas, como aeroportos, estações e subestações de energia, telecomunicações e água, entre outras.
Militares também irão atuar no patrulhamento das rotas olímpicas, que incluem toda extensão da Linha Amarela e da Transolímpica, além de trechos da Linha Vermelha e Avenida Brasil. As Forças Armadas também irão patrulhar a orla da cidade, zonas sul e oeste e sete estações ferroviárias, importantes para o deslocamento de pessoas para os Jogos.
"Vamos atuar em rotas olímpicas e atuar em rotas específicas ligadas à Olimpíada", disse à Reuters o general do Exército Luiz Linhares.
RESERVA TÉCNICA
O Rio de Janeiro terá, além dos 3 mil militares que irão fazer o patrulhamento ostensivo durante os Jogos, outros 18 mil homens, que irão formar uma tropa de reserva em caso de emergência.
Os outros 20 mil militares que não ficarão no Rio de Janeiro vão estar à disposição das cidades de Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília e Manaus onde acontecerão partidas do futebol masculino e feminino da Rio 2016.
Nesses locais, os militares também vão atuar na segurança de estratégica.
"Temos reserva técnica para usar caso seja necessário... Não vai faltar segurança no Rio e onde for necessário, de forma alguma", disse Jungmann.
A ideia das Forças Armadas é empregar durante os Jogos 12 navios, tropas de outros Estados, como Minas Gerais, São Paulo e do Sul do país. Além dos navios, as Forças Armadas contam com 1169 viaturas, 70 blindados, 28 helicópteros, 48 embarcações e 174 motos.
A operação de segurança das Forças Armadas na Olimpíada começa em 24 de julho e vai até depois dos Jogos.
A segurança de pontos turísticos, como Corcovado e Pão de Açúcar, será feita pelas forças locais de segurança do Rio de Janeiro e a Polícia Federal será responsável pelo policiamento interno dos aeroportos, com as Forças Armadas no entorno dos terminais.
No dia 15 de julho, todos os 21 mil militares que vão atuar no Rio de Janeiro já estarão na cidade e até o dia 21 serão feitos ensaios e testes para que a operação tenha início em 24 de julho.
O governo do presidente interino Michel Temer liberou um crédito extraordinário de 2,9 bilhões de reais para o governo do Rio arcar com despesas de segurança dos Jogos Rio 2016, em meio a preocupações com um aumento da violência registrado na cidade.
A ajuda foi disponibilizada depois que o governo estadual fluminense decretou estado de calamidade pública em junho, devido aos problemas econômicos, alegando que poderia enfrentar "total colapso na segurança pública, saúde, educação, mobilidade e gestão ambiental" se não recebesse um socorro.