Milho ofertado em leilões em MT atende padrões de classificação, diz Conab
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Reprodução/Elitereaders
SÃO PAULO (Reuters) - O milho oferecido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na terça-feira em Mato Grosso e todos os volumes mantidos pelo governo federal no Estado atendem aos padrões de classificação mencionados nos editais de leilões, disse o órgão estatal nesta quarta-feira.
Na véspera, a companhia ofertou 50 mil toneladas do cereal no Estado, mas 52,4% do volume não encontrou compradores, segundo dados divulgados pela própria Conab.
Baixo interesse foi registrado no milho ofertado no município de Ipiranga do Norte, próximo de Sinop, no norte do Estado, onde 71% do volume ficou sem interessados.
A Conab realizou nesta quarta-feira nova avaliação qualitativa do produto armazenado em Ipiranga do Norte. Segundo a companhia, o resultado mostrou "total aptidão e excelente qualidade do milho", segundo laudo de classificação enviado à agência de notícias Reuters.
Fontes do mercado local haviam dito que o baixo interesse em alguns dos lotes da Conab tem relação com a qualidade do produto.
Todos os lotes que tiveram baixa procura em dois leilões da Conab, em 9 e 23 de agosto, eram da safra 2012/13, conforme detalhado nos editais.
Nesta quarta-feira, o dono de uma granja de aves da região de Sinop disse à Reuters que, apesar de não ter estoques confortáveis de milho, não participou dos dois leilões recentes por entender que o milho ofertado não tinha uma boa relação entre preços e qualidade.
"Está caro. É preciso pagar taxa de retirada do armazém (além do preço nominal da carga no leilão)", disse o empresário, que pediu para não ser identificado.
Segundo ele, os custos de comprar o milho de três anos de idade oferecido pela Conab equipara-se ao preço pago pelo milho recém colhido na região.
"Hoje o milho novo se compra a R$ 28 por saca e não tem todo esse risco (de qualidade) e a taxa de embarque. Isso acaba se igualando", disse.
Segundo a Conab, o milho ofertado que não teve interesse, "é totalmente compatível para uso na ração animal".
A estatal afirma que diversos fatores podem ter influenciado a baixa procura, como a localização dos armazéns, distantes 80 quilômetros da principal rodovia da região.
"Outros locais de mais fácil acesso... dispunham do mesmo produto (mesma safra e mesmo tipo) e tiveram grande procura", afirmou a Conab.
A companhia destacou que o preço do milho disponível no mercado físico na região está muito próximo ao ofertado pelo governo.
"Os produtores podem achar mais interessante, nesta circunstância, comprar do mercado com menos trâmites e, muitas vezes, com possibilidade de parcelamento do valor", completou a Conab.
O governo tem realizado leilões de milho de estoques públicos tentando arrefecer os elevados preços do grão, que sofreram influência de fortes exportações e uma quebra de produtividade na safra atual, por adversidades climáticas.
(Por Gustavo Bonato)