Blatter comparece à Corte Arbitral do Esporte para recorrer contra afastamento
Por Cecile Mantovani
LAUSANNE, Suíça (Reuters) - O ex-presidente da Fifa Joseph Blatter compareceu à mais alta instância jurídica esportiva internacional, a Corte Arbitral do Esporte (CAS), nesta quinta-feira, para recorrer contra seu afastamento de seis anos do futebol.
O ex-dirigente de 80 anos, que comandou a entidade que governa o futebol mundial durante 17 anos até renunciar em junho do ano passado, foi proibido de se envolver com qualquer atividade relacionada à modalidade em dezembro, assim como o ex-chefe da Uefa, que governa o futebol europeu, Michel Platini.
"Meu nome não seria Joseph Blatter se eu não tivesse fé, se não fosse otimista", disse ele a repórteres ao chegar para a audiência. "Irei aceitar o veredicto porque, no futebol, aprendemos a vencer, isso é fácil, mas também aprendemos a perder, mas isso não é bom, não gostaria de perder".
Os afastamentos foram impostos devido a violações éticas relacionadas ao pagamento de dois milhões de francos suíços da Fifa a Platini em 2011, com aprovação de Blatter, por um trabalho realizado uma década antes.
"Tenho certeza de que no final... o conselho irá entender que o pagamento feito a Platini era na verdade uma dívida que nós (devíamos) a ele, e isso é um princípio, se você tem dívidas você as paga", afirmou Blatter.
Platini também compareceu à audiência a portas fechadas.
"Venho pela enésima vez para dizer a verdade", disse ele a repórteres.
Ambos, que vêm negando qualquer delito, foram banidos inicialmente por oito anos, pena mais tarde reduzida a seis anos pelo próprio comitê de apelação da Fifa. Platini já levou seu caso à CAS, que rejeitou sua apelação, mas diminuiu sua sentença para quatro anos.
A CAS não informou quando sua decisão final sobre a apelação de Blatter será anunciada.
Blatter renunciou em meio a uma crise deflagrada por um escândalo de corrupção na Fifa meros quatro dias depois de iniciar seu quinto mandato.
Vários dirigentes do futebol, incluindo membros do comitê executivo da Fifa, e entidades foram indiciados nos Estados Unidos por acusações relacionadas a corrupção no ano passado.
A Suíça, por sua vez, iniciou uma investigação criminal sobre a concessão das Copas do Mundo de 2018 e 2022 à Rússia e ao Catar respectivamente.