Político britânico pró-Brexit discursa contra Hillary em comício de Trump

Por Steve Holland

JACKSON, Estados Unidos (Reuters) - O líder da campanha vitoriosa pela desfiliação do Reino Unido da União Europeia Nigel Farage expressou apoio ao candidato presidencial republicano Donald Trump na quarta-feira, dizendo que o bilionário representa o mesmo tipo de movimento anti-establishment que ele comandou em seu próprio país.

Farage apareceu com Trump diante de uma plateia entusiasmada de milhares de pessoas em um comício na cidade de Jackson, no Mississippi. O britânico baseou sua defesa do rompimento com a UE em parte na oposição à imigração em massa para o Reino Unido, que ele disse estar levando a mudanças rápidas em sua nação.

Sua participação se deu em um momento no qual Trump vem tentando moderar sua própria rigidez contra a imigração ilegal nos EUA. Em comentários veiculados na quarta-feira, o candidato se distanciou ainda mais de sua promessa de deportar milhões de imigrantes ilegais, dizendo que estaria disposto a trabalhar com aqueles que vêm respeitando as leis norte-americanas.

Trump convocou Farage ao palco no meio de sua fala, apertou sua mão e o deixou à vontade diante do microfone.

Farage afirmou que na verdade não iria declarar seu apoio a Trump por não querer repetir o que chamou de interferência do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em assuntos do Reino Unido quando Obama exortou os britânicos a permanecerem na UE.

"Não me é possível dizer a vocês como votar nesta eleição. Mas vocês sabem que eu entendo, eu entendo. Eu estou ouvindo vocês. Mas direi isto: se eu fosse um cidadão norte-americano, não votaria em Hillary Clinton nem se vocês me pagassem", disse Farage. "De fato, não votaria em Hillary Clinton nem se ela me pagasse", acrescentou.

Trump procurou se alinhar ao Brexit, observando que antes do referendo de 23 de junho já havia dito que os britânicos deveriam votar pela separação. Ele visitou um de seus campos de golfe na Escócia um dia antes da votação e se vangloriou de ter previsto seu resultado, que classificou como um sinal de que sua própria campanha teria sucesso.

Desde então, Trump vem caindo nas pesquisas nacionais de intenção de voto e luta para continuar sendo um rival viável contra a democrata Hillary a pouco mais de dois meses da eleição de 8 de novembro.

"O dia 8 de novembro é nossa chance de redeclarar a independência norte-americana", disse o magnata, emprestando uma frase usada por Farage durante a campanha do Brexit.

Farage traçou paralelos entre o movimento pela desfiliação britânica e o apoio que Trump vem recebendo de muitos norte-americanos que se sentem abandonados por Washington.

"Eles sentem que as pessoas não estão saindo em sua defesa e em muitos casos desistiram de todo o processo eleitoral, e acho que vocês têm uma oportunidade fantástica aqui com esta campanha".

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