Fundador do Megaupload defende que apelação sobre extradição deve ser transmitida ao vivo
WELLINGTON (Reuters) - Uma apelação feita pelo extravagante empresário de tecnologia alemão Kim Dotcom, sobre a decisão de extraditá-lo aos Estados Unidos, começou na Nova Zelândia nesta segunda-feira, com os advogados do fundador do Megaupload argumentando que a audiência deveria ser transmitida ao vivo pelo YouTube.
A audiência do Supremo Tribunal aberto em Auckland ocorreu nove meses após um tribunal inferior decidir que Dotcom poderia ser enviado aos Estados Unidos para enfrentar as acusações de infração de direitos autorais e lavagem de dinheiro por conta da operação do site de compartilhamento de arquivos Megaupload.
"Os EUA defendem programas de vigilância em massa dizendo que 'se você não tem nada a esconder, não tem nada a temer', mas se opõe à transmissão ao vivo da minha audiência", disse Dotcom no Twitter.
O advogado de Dotcom, Ira Rothken, disse que um pedido para transmitir a audiência pela Internet foi feito no tribunal nesta segunda-feira.
Um grande problema no caso foi se o governo poderia responsabilizar ou não os provedores de serviços de armazenamento de dados pelos atos dos usuários e se a questão era de interesse global generalizado, disse ele.
Uma porta-voz dos promotores do governo da Nova Zelândia, que estão representando os EUA, disse que não era apropriado comentar enquanto o caso estava diante dos tribunais.
Entretanto, advogados representando os EUA argumentaram anteriormente que as práticas do Megaupload de pagar recompensas a violadores de direitos autorais são uma evidência que o site foi feito com objetivo de fornecer acesso a arquivos pirateados.
As autoridades dos EUA acusam Dotcom e outros três executivos do Megaupload de custarem aos estúdios de cinema e gravadoras de músicas mais de 500 milhões de dólares e geraram mais de 175 milhões de dólares em receita ao encorajarem usuários pagantes a armazenar e compartilhar material protegido por direitos autorais.
No auge, o Megaupload representou cerca de 4 por cento do tráfego global da Internet.