CORREÇÃO-Zika causa surdez em 6% de casos, diz estudo brasileiro
(Corrige texto publicado em 30 de agosto para esclarecer que estudo foi conduzido pela dra. Mariana Leal, do Hospital Agamenon Magalhães, e colegas, em vez de Fundação Oswaldo Cruz de Pernambuco)
CHICAGO (Reuters) - Um estudo no Brasil com 70 bebês de mães que contraíram Zika registrou que quase 6 por cento teve perda de audição, acrescentando o problema à lista de doenças que o vírus pode causar quando mulheres são infectadas durante a gravidez.
O estudo brasileiro, publicado nesta terça-feira no relatório semanal sobre mortes e doenças do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, confirmou relatos menos rigorosos sobre surdez entre bebês nascidos de mães infectadas pelo Zika.
A descoberta é parte de um esforço para caracterizar de forma total as possibilidades que o vírus pode causar durante a gravidez. O vírus é mais conhecido por causar microcefalia, mas outros estudos indicam que o Zika pode provocar outras anomalias cerebrais, problemas de visão e alterações nas juntas.
No estudo mais recente, a doutora Mariana Leal, do Hospital Agamenon Magalhães, e colegas examinaram registros de 70 bebês com microcefalia, cujas mães tiveram infecções confirmadas durante a gravidez.
Os pesquisadores descobriram que quase 6 por cento dos bebês tiveram perda de audição sem qualquer outra causa plausível.
Diversas outras infecções virais durante a gravidez podem causar perda de audição, incluindo rubéola e citomegalovírus, ou CMV. O estudo recente acrescenta o Zika à lista.
Cientistas dizem que o Zika agora pode ser considerado fator de risco para perda de audição, e crianças que foram expostas durante a gravidez e apresentam audição normal devem ser checadas regularmente para perda progressiva de audição.
A ligação entre o Zika e microcefalia foi descoberta no Brasil no ano passado e já há mais de 1.800 casos confirmados.
(Reportagem de Julie Steenhuysen)