Rebeldes das Farc ratificam acordo de paz e declaram fim de 52 anos de conflito na Colômbia

Por Julia Symmes Cobb

LLANOS DEL YARÍ, Colômbia (Reuters) - O grupo rebelde colombiano Farc aprovou por unanimidade um acordo de paz com o governo nesta sexta-feira, declarando o fim de uma guerra de cinco décadas, ao mesmo tempo que se prepara para se tornar um novo partido político.

Depois de quatro anos de negociações em Havana, o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) alcançaram no mês passado um acordo final de paz que termina com um conflito que deixou quase 250 mil mortos.

“A guerra acabou, vida longa para a Colômbia, vida longa para a paz”, disse o comandante das Farc Iván Márquez a jornalistas, após o voto secreto no encerramento do congresso do grupo guerrilheiro em Llanos del Yarí, no sul do país.

Como parte do acordo, as Farc continuarão a lutar por mudanças sociais como um partido político, recebendo dez cadeiras não eletivas no Parlamento até 2026. A liderança das Farc até agora tem sido reservada em detalhar sua política, mas a expectativa é que em breve o grupo se transforme em um partido enraizado nos ideais marxistas.

Duzentos delegados de unidades das Farc de todo o país se reuniram em Yarí, a cinco horas de estrada precária da cidade mais próxima da província, para discutir o acordo e a reorganização em tempos de paz.

"Nós informamos o país e o governo e os governos e as pessoas do mundo que os delegados rebeldes do congresso deram apoio unânime ao acordo final”, declarou Márquez.

O acordo de paz está previsto para ser assinado na segunda-feira pelo presidente Juan Manuel Santos e o líder rebelde Timochenko. Os colombianos vão votar num plebiscito sobre o acordo em 2 de outubro, no procedimento final para que os rebeldes se desmobilizem. Pesquisas mostram que o acordo será aprovado com facilidade.

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