Corbyn é reeleito para liderar Partido Trabalhista britânico e pede unidade
Por Elizabeth Piper e Kylie MacLellan
LIVERPOOL, Inglaterra (Reuters) - Jeremy Corbyn foi reeleito neste sábado líder do Partido Trabalhista no Reino Unido, e pediu por unidade no partido de oposição, após o encerramento de um “golpe” por legisladores de centro que dizem que sua agenda de esquerda nunca poderá entregar uma vitória nas urnas.
O triunfo do veterano de campanha, por 313,2 mil a 193,2 mil votos, contra o rival Owen Smith, concretiza sua autoridade sobre o dividido partido e deve instigar uma guinada ainda mais para a esquerda - um movimento o qual muitos parlamentares dizem que tirará poder do partido e permitirá que conservadores no poder governem livremente durante o período de separação do Reino Unido da União Europeia.
Celebrando o resultado que lhe deu uma maior parcela dos votos do que sua primeira vitória no ano passado, Corbyn pediu para que parlamentares e membros da conferência anual do partido na cidade de Liverpool, noroeste da Inglaterra, se unissem para combater o Partido Conservador e trazer uma “mudança real” para o Reino Unido.
“Eleições são casos passionais e frequentemente partidários, coisas às vezes são ditas no calor do debate… que às vezes nos arrependemos depois. Sempre relembrem que em nosso partido nós temos muito mais em comum do que o que nos divide”, afirmou.
“Vamos esquecer isso tudo e continuar com o trabalho que temos de fazer com um partido unido”, disse ele, buscando atenuar temores de que sua reeleição vá aumentar a divisão entre as alas esquerda e de centro-esquerda do Partido Trabalhista, e que ele possa motivar a saída de parlamentares de centro da legenda.
Sua vitória marca a próxima fase em uma batalha por controle do partido.
No poder por 13 anos até 2010, o Partido Trabalhista sofreu um grande golpe dos Conservadores cinco anos depois, quando foi colocado em dúvida se as políticas de esquerda do partido poderiam proteger a economia.
O partido governante, sob a nova primeira-ministra, Theresa May, ainda lidera com sete pontos percentuais as pesquisas de opinião, e aparentemente vai organizar a saída britânica da UE sem muita oposição.