Eleições regionais espanholas não mudam panorama político do país

SANTIAGO DE COMPOSTELA/BIBAO, Espanha (Reuters) - As eleições regionais na Espanha consolidaram o Partido Popular (PP), de centro-direita, neste domingo, e também representaram um duro golpe para os Socialistas, de oposição, mas ainda não deve ser suficiente para evitar uma terceira eleição em todo o país em dezembro.

Duas inconclusivas eleições gerais em dezembro e junho colocaram os políticos espanhóis em meses de negociações infrutíferas para formar um governo. A falta de habilidade para criar uma coalizão significa que o país pode ter de realizar uma terceira votação geral. 

Os pleitos em regiões ao norte do país como a Galícia e o País Basco eram vistos como peças-chave para mudar o panorama e quebrar o impasse, mas os resultados deste domingo mostraram que o equilíbrio do poder na Espanha não deve pender e mudar de lado em nível nacional.

O partido do primeiro-ministro em exercício Mariano Rajoy, PP, conseguiu maioria absoluta na Galícia, uma fortaleza do conservadorismo e terra-natal de Rajoy. O PP já comanda esta chuvosa região do noroeste da Espanha praticamente desde que a democracia foi reestabelecida no país, há quatro décadas.

O regional conservador Partido Nacionalista Basco levou a maioria dos votos no País Basco, conforme esperado, embora não o suficiente para governar por maioria. Terá de procurar um partido para formar coalizão --muito provavelmente os Socialistas. 

Os Socialistas perderam assentos no Parlamento na comparação com o pleito de quatro anos antes, e perderam votos para o recém-chegado Podemos, que levanta a bandeira anti-austeridade.

O pobre resultado da legenda social democrata de 137 anos de história significa que o líder Pedro Sanchez terá dificuldade para formar uma coalizão com o Podemos e o pró-mercado Ciudadanos em nível nacional, algo que ele não tem conseguido fazer nos últimos meses.

Os Socialistas terão um encontro de lideranças no dia 1º de outubro para revisar a posição da legenda a respeito das coalizões em Madri. O partido tem firmemente se recusado a se abster de dar um voto parlamentar de confiança que permitiria a Rajoy iniciar um segundo mandato como primeiro-ministro em um governo liderado pelo PP.

(Por Miguel Vidal e Vincent West)

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