Erdogan vê "segundas intenções" em caso dos EUA contra operador de ouro
ISTAMBUL (Reuters) - O presidente turco, Tayyip Erdogan, acredita que os procuradores federais dos Estados Unidos tinham segundas intenções ao incluir referências a ele e sua esposa em documentos judiciais relacionados com o processo de um operador de ouro, segundo informações da mídia turca neste domingo.
Reza Zarrab, com cidadania turca e iraniana, foi preso em Miami, em março. Ele foi acusado de ajudar o Irã a processar milhões de dólares em transações que violaram as sanções norte-americanas contra Teerã, em vigor naquele momento.
O empresário de 33 anos de idade, que vivia na Turquia, permanece sob custódia em Nova York. Ele se declarou inocente.
Em documentos do tribunal, o procurador dos EUA para Manhattan, Preet Bharara, incluiu referências a uma investigação de corrupção em 2013 na Turquia que teve como alvos Zarrab, ministros e membros da família de Erdogan, que posteriormente foram retiradas.
A emissora privada NTV informou que Erdogan disse a um grupo de repórteres que ele abordou a detenção de Zarrab em conversas com o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, em Nova York na semana passada.
Erdogan disse que os promotores norte-americanos estavam tentando incriminá-lo através da inclusão na acusação de doações de Zarrab para uma instituição de caridade educacional chamada Togem, de acordo com a NTV e outros meios de comunicação turcos.
"Eles não estão buscando a lei, mas estão atrás de uma rede de relações. É interessante que a acusação refere-se à criação de Togem pela minha esposa e meus laços com essa associação. Minha esposa e eu não estamos entre os fundadores desta associação."
"O esforço de mencionar os nossos nomes no tribunal prova que existem segundas intenções", disse ele.
Erdogan também acusou as autoridades norte-americanas envolvidas no caso de viajar para a Turquia como convidados de um movimento religioso liderado pelo clérigo muçulmano Fethullah Gulen.
(Por Nate Raymond)