Rússia dá poucos sinais de congelar oferta de petróleo antes de reunião com Opep

MOSCOU (Reuters) - O ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, voa para a Argélia nesta semana para conversas com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sobre cortes na produção, mas o cenário doméstico russo indica que o país ainda está pouco preparado para qualquer ação coordenada sobre a produção.

As quatro maiores petroleiras russas, responsáveis por três quartos da oferta no maior produtor mundial de petróleo, dizem todas que estão elevando a produção no próximo ano após atingir níveis recordes nos últimos meses.

Sem dúvida, todas essas companhias obedeceriam a uma ordem do presidente Vladimir Putin para reduzir a produção.

Mas até o momento Putin não teve nenhum encontro com as maiores petroleiras russas, estatais ou privadas, e mesmo o ministro de Energia ainda não realizou tais consultas para avaliar detalhes e logísticas referentes a uma eventual ação sobre a produção.

"Nós achamos que isso é impossível de se aceitar... ninguém confia em ninguém, todo mundo tem apenas elevado a produção (dentro e fora da Opep)", disse uma fonte na maior produtora russa, Rosneft.

As petroleiras russas planejam elevar a produção em cerca de 1,6 por cento, em média, em 2017, segundo projeções das empresas e cálculos da Reuters, beneficiando-se de um rublo mais fraco e menores custos domésticos. Analistas do banco suíço UBS veem uma alta de 2,7 por cento na produção de petróleo russa no próximo ano.

"A produção está batendo novos recordes... seria estúpido congelar a produção, sem falar em reduzir, uma vez que os cofres públicos precisam de dinheiro e as companhias estão iniciando novos campos", disse uma fonte próxima ao ministro de Energia.

(Por Vladimir Soldatkin, Olesya Astakhova, Oksana Kobzeva e Katya Golubkova; reportagem adicional de Nina Chestney em Londres)

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