CEO da Petrobras diz a Temer que setor pode dar resposta rápida com regras adequadas

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nesta terça-feira ao presidente Michel Temer que mudanças em questões regulatórias relevantes para o desenvolvimento do setor de óleo e gás no Brasil podem dar resposta rápida para ajudar na retomada da economia brasileira.

"Não é só uma questão da Petrobras, é do setor. É um setor que pode dar resposta muito rápida em termos de investimentos, e o presidente ficou muito interessado em relação a esse tema, caso a gente tenha o quadro regulatório adequado para a realização desses investimentos", afirmou Parente a jornalistas.

"Tratamos algumas dessas questões, ele (Temer) tomou nota e está muito interessado em relação a isso", continuou Parente, ressaltando que um dos itens tem relação com o projeto que está no Congresso Nacional, que retira a obrigatoriedade de a Petrobras ser operadora única no pré-sal.

Segundo Parente, "é importante que o país tenha outras empresas que se interessem a fazer os investimentos", enquanto a Petrobras, em momento de restrição financeira, deixaria de ser obrigada a atuar em todas as áreas do pré-sal, ficando com a opção de decidir sobre o assunto.

"Não é só esse projeto, temos outras questões regulatórias, eu não posso entrar em detalhes, porque não é assunto da Petrobras, é do Ministério de Minas e Energia."

O encontro com Temer visou apresentar o novo Plano de Negócios e Gestão 2017-2021 da estatal, anunciado na semana passada, que prevê um corte de 25 por cento nos investimentos ante o programa anterior, para 74,1 bilhões de dólares, em cinco anos.

"Ele (Temer) entendeu que o plano tem três horizontes: um horizonte de dois anos, onde o nosso objetivo é fazer redução mais rápida da dívida da empresa; depois nos três anos seguintes a gente volta a crescer", disse Parente.

O executivo ressaltou que, ao final do período do plano, em 2021, a Petrobras possivelmente será a quarta ou quinta maior empresa de óleo e gás do mundo, com 3,4 milhões de barris de óleo equivalente/dia.

POLÍTICA DE PREÇOS

Ele voltou a afirmar que a "política de preços (de combustíveis) é um tema empresarial da Petrobras".

"Estamos discutindo internamente a política, terá como referência a paridade, e tão logo isso esteja concluído nós informaremos", afirmou.

"O que é importante ressaltar é que, sendo política que tem como referência a paridade, a direção da mudança de preços não é única, não é só para subir, ela pode ser para descer, mas não há decisão nesse sentido."

Atualmente, a Petrobras vende combustíveis com prêmio em relação aos valores internacionais. O risco dessa situação para a companhia é perder mercado para empresas que encontram uma janela favorável para importar e revender no Brasil.

(Por Maria Carolina Marcello)

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