Missão à Ásia pode resultar em negócios de até US$2 bi ao Brasil, diz Blairo
BRASÍLIA (Reuters) - A recente missão brasileira à Ásia pode resultar em novos negócios de 1 bilhão a 2 bilhões de dólares para o país, entre novos mercados ao Brasil e investimentos, disse nesta terça-feira o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, fazendo um balanço da viagem que passou por sete países.
"Esta é uma expectativa. O governo estimula o setor (produtivo) e cria regras. Mas quem faz (a negociação) é a iniciativa privada", afirmou ele a jornalistas em Brasília.
Durante 25 dias, Blairo viajou com uma equipe do Ministério da Agricultura e representantes de cerca de 40 empresas e associações do agronegócio, passando pela China, Índia, Vietnã, Coreia do Sul, Mianmar, Tailândia e Malásia.
Nas rodadas de negócios, cerca de 500 empresários dos sete países conversaram com os brasileiros, segundo o ministério.
A missão faz parte da estratégia do governo de elevar de 7 para 10 por cento a participação do Brasil no comércio agrícola mundial. O populoso continente asiático terá papel importante neste processo.
O principal negócio anunciado durante a viagem foi sobre a empresa indiana UPL, que vai construir uma fábrica no Brasil para a produção de ingredientes ativos de agroquímicos, no valor de 1 bilhão de reais.
O ministro do Brasil espera que possa ocorrer um aumento nas vendas de carnes suína e bovina e outros produtos agropecuários, após a missão.
A China, maior importadora de soja do Brasil, cada vez mais assume uma posição de destaque entre os destinos de carnes do país.
Na Coreia do Sul, por exemplo, o ministério finalizou a penúltima fase de habilitação da carne suína de Santa Catarina para exportação.
INTERESSE NO BRASIL
O ministro disse ainda que empresas da China estão interessadas em ampliar investimentos em tradings e infraestrutura do setor agrícola no Brasil, ressaltando que a aquisição de terras no país, que chegou a ser avaliada no passado, não é relevante agora para os chineses.
Além disso, uma mudança na legislação ainda precisaria ocorrer para impulsionar as compras de terras por estrangeiros, destacou.
(Por Anthony Boadle, texto de Roberto Samora)