Rio de Janeiro concede licença de operação para usina siderúrgica CSA

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A usina siderúrgica CSA recebeu licença de operação de órgãos ambientais do Rio de Janeiro, seis anos depois de a empresa ter iniciado atividade na capital fluminense e após inúmeras disputas judiciais.

A concessão da licença foi publicada no Diário Oficial do Estado, liberando a usina com capacidade para 5 milhões de toneladas de placas de aço por ano a funcionar em conjunto com uma termelétrica.

A usina, controlada pelo conglomerado alemão ThyssenKrupp, começou a operar em 2010 e desde então estava funcionando apenas com licença de instalação (LI) e autorização para pré-operação.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro chegou abrir uma ação no final de julho deste ano para tentar impedir a concessão da licença de operação sem que novas análises de impacto ambiental fossem feitas.

Em comunicado, a CSA afirmou que "o INEA (Instituto Estadual do Ambiente) atestou que todos os requisitos ambientais foram cumpridos pela empresa".

Procurado, o MPE do Rio de Janeiro não pode se pronunciar de imediato.

Antes de receber a licença de operação, a CSA foi alvo de multas milionárias por episódios de poluição atmosférica em que partículas resultantes do processo de produção do aço acabaram se dispersando sobre a região do bairro de Santa Cruz, em um fenômeno conhecido como "chuva de prata".

A CSA custou quase 10 bilhões de dólares e na época do anúncio a usina representou o maior investimento estrangeiro já realizado no país, mas o projeto ficou pronto quando o mercado global de aço passou a mergulhar em uma crise de excesso de capacidade que derrubou preços da liga.

Este ano, a Vale, que chegou a deter 27 por cento do empreendimento, vendeu sua participação para a ThyssenKrupp por um valor simbólico.

(Por Rodrigo Viga Gaier)

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