China aprova exportação de milho e ameaça exportadores como Brasil e EUA

PEQUIM (Reuters) - A China concedeu autorização para pelo menos duas empresas exportarem milho, disseram fontes do mercado, em um movimento radical do segundo produtor do cereal para reduzir seus estoques, enquanto o mercado global está saturado.

No que poderá ser a primeira exportação da China em uma década, o governo chinês emitiu licenças a duas companhias estatais, a Cofco e à processadora e trading Beidahuang, de acordo com fontes na China que não estão autorizadas a falar publicamente com jornalistas.

O sinal verde para exportação é para cerca de 2 milhões de toneladas, disse uma das fontes.

Um porta-voz do Ministério do Comércio da China disse que as autorizações não eram da sua responsabilidade e encaminhou a questão para a Comissão de Desenvolvimento Nacional e Reforma (NDRC, na sigla em inglês).

A NDRC não respondeu aos pedidos de comentário. Uma porta-voz da Cofco não respondeu chamados telefônicos. Um representante da Beidahuang se recusou a comentar.

Operadores e analistas disseram que as exportações têm sido cada vez mais prováveis, uma vez que a China lida com um excedente de grãos e se prepara para colher uma safra abundante, sua primeira colheita em quase uma década sem o mecanismo de suporte de preços do governo.

Os preços do milho na China caíram mais de 20 por cento no ano passado.

Mesmo que os volumes exportados sejam limitados, o movimento deve assustar grandes exportadores, como o Brasil e os Estados Unidos, elevando a competição em tempos de colheitas recordes.

Cinco dos dez maiores importadores de milho estão na Ásia, o que pode permitir que a China tome este mercado pela proximidade logística.

(Por Dominique Patton)

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