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Trump mantém apoio a príncipe saudita acusado de ordenar assassinato

14.mar.2017 - O príncipe Mohammed Bin Salman, então ministro da Defesa da Arábia Saudita, se encontra com o presidente americano, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington - Stephen Crowley/The New York Times
14.mar.2017 - O príncipe Mohammed Bin Salman, então ministro da Defesa da Arábia Saudita, se encontra com o presidente americano, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington Imagem: Stephen Crowley/The New York Times

12/12/2018 08h52

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na terça-feira (11) que continua apoiando o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, apesar da avaliação da CIA de que ele ordenou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi e de apelos de senadores para que o presidente repreenda o governante de fato do reino.

Trump se recusou a comentar se o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman foi cúmplice do assassinato, mas deu talvez sua demonstração mais explícita de apoio ao príncipe desde a morte de Khashoggi, quase dois meses atrás.

"Ele é o líder da Arábia Saudita. Eles têm sido ótimos aliados", disse Trump em entrevista no Salão Oval da Casa Branca.

Questionado pela Reuters se apoiar o reino significa apoiar o príncipe, conhecido como MbS, Trump respondeu: "Bem, neste momento, certamente sim".

Alguns membros da família governante saudita estão se mobilizando para impedir que MbS se torne rei, disseram à Reuters fontes próximas à corte real, e acreditam que os Estados Unidos e Trump podem desempenhar um papel decisivo nesta questão.

"Eu simplesmente não ouvi nada sobre isso", disse Trump. "Honestamente, não posso comentar porque não ouvi nada sobre isso. Na verdade, se ouvi algo é que ele está muito estável no poder".

Embora Trump tenha repudiado o assassinato de Khashoggi, morador dos Estados Unidos e colunista do jornal Washington Post que muitas vezes criticava MbS, o presidente norte-americano deu o benefício da dúvida ao príncipe, com quem tem cultivado um relacionamento próximo.

Na terça-feira Trump voltou a reiterar que o "príncipe herdeiro nega veementemente" ter envolvimento com o crime que provocou revolta em todo o mundo.

Trump tem sido fortemente criticado por colegas republicanos no Senado, especialmente depois que Gina Haspel, diretora da CIA, se reuniu com eles. No mês passado a CIA avaliou que MbS ordenou o assassinato, em uma conclusão que Trump classificou como "muito prematura".

"Você tem que estar intencionalmente cego para não chegar à conclusão de que isto foi orquestrado e organizado por pessoas sob o comando de MbS", afirmou o senador republicano Lindsey Graham, aliado de Trump, na semana passada.